quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Perder de vista um filho

Fui à Sportzone de Alfragide (que está inserida no espaço do Continente) com os meus filhos comprar um fato de banho para a Beni. E enquanto estava à procura de um tamanho que servisse, eles andavam por ali a brincar. Entretanto fui com a Beni para o provador e o Nico continuou por ali a brincar. A minha filha só experimentou uma peça porque foi amor à primeira vista. Foi tudo muito rápido. Saí do provador e comecei a chamar o Nico, e ele não respondeu (o que acontece muitas vezes). Fui pagar o fato de banho sempre com a Beni por perto. Chamei o Nico, e nada. Achei que estava escondido em algum lado (o que acontece muitas vezes) mas não estava.
Vi a loja toda, e nada. Entretanto já estava com uma empregada da loja à procura, e nada. A senhora foi directa "aqui na loja não está". Perguntei se tinham câmeras de filmar. Não tinham.
Fui até ao balcão de informações do Continente e comecei a falar com o segurança (primeiro com a voz embargada e segundos depois eu já estava a chorar). Descrevi o Francisco (entre lágrimas) de alto a baixo. Pedi para o chamarem no altifalante. Já estava eu e a Beni a chorar em silêncio. O segurança repetia tudo o que eu dizia no walkie-talkie.
Neste momento passava-me tudo pela cabeça. Tudo. Estava em pânico galopante. O segurança sempre muito calmo. Disse ao segurança que também o ia procurar. E saí dali porque parada não ia a lado nenhum. Comecei a andar no corredor principal, a espreitar em todos os corredores do supermercado. Nada.
Chamei-me todos os nomes horríveis que possam imaginar.
Optaram por não chamar o Francisco no altifalante.
No fundo do corredor vejo finalmente o Francisco na companhia de outro segurança. Não imaginam o alívio. Em 5 minutos perdi 10 anos de vida.
Quando me aproximei vi que o meu filho também estava a chorar.
Com calma perguntei o que aconteceu. Explicou que quando estava na Sportzone deixou de nos ver e que achava que me tinha ido embora (!?). Achou então boa ideia (!!) ir para a rua e ficar perto do parque de estacionamento para ver se me via passar de carro com a Beni.
Tudo o que lhe ensinei serviu de nada.
E não foi falar com um segurança porque "tinha vergonha".

Antes de entrarmos para o carro abraçou-me em silêncio.

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Sono, onde estás tu?

Sempre tive a sorte de dormir lindamente, assim que me deitava adormecia ferrada e só acordava no dia seguinte. Até que chegou a pandemia......