domingo, 29 de dezembro de 2013

A relação dos meus filhos com a comida

Apanho o Francisco a comer às escondidas chocolates debaixo da mesa.

Apanho o Francisco a comer às escondidas a torta de cenoura (não uma fatia, mas uma boa parte da torta) debaixo da mesa.

A Benedita chora à porta da cozinha, porque quer comer.

A Benedita chora à porta da dispensa porque quer comer.

A Benedita chora à beira da mesa da cozinha ou da sala porque quer comer.

Todos estes dramas depois de ter acabado de almoçar/jantar/ lanchar.

Os meus filhos vivem a comida intensamente, de forma desgastante e, eu cada vez tenho menos paciência para este departamento da minha (nossa) vida. Acho que quanto mais comem, mais fome têm.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Presentes debaixo da árvore: Zero!

Não, não sou anti-capitalismo, ultra-ecologista e por aí fora... Com uma criança de 4 anos (esta idade é a pior de todas) e outra quase com 2 anos é impossível ter os presentes debaixo da árvore. Ele pelos papéis de embrulho e pela letra "F" já começa a perceber o que é que lhe vai calhar, e a Beni abre tudo o que lhe aparece à frente. Conclusão? Tenho os roupeiros a abarrotar de presentes. O único local onde (ainda) as dádivas do Pai Natal estão a salvo!

Bom Natal por aí meus queridos leitores!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O Natal do Francisco

Primeiro, o meu mais velho foi cantar músicas de Natal lá para os lados de Belém. A infantil em peso vestida de anjinho (o meu filho com um ar de quem não parte um prato...) a cantar músicas natalícias em português e em inglês. Eu filmei, o pai fotografou. Tanakas à séria.
O meu filho ia de mãos dadas com uma das mais giras da sala... que não era a namorada dele. A Mariana (a rapariga que o faz voltar atrás para ir dizer adeus) é a menina dos seus olhos. A educadora diz que "aqueles dois" não podem estar juntos, ninguém os pára. Química pura.

Depois foi a festa de Natal do colégio no CCB. São tantos os alunos, que mais as famílias não caberiam todos no recinto da escola. O lugar que nos calhou, este ano, foi num camarote... longe do palco. E ao contrário do ano passado, este ano a festa foi muito fraquinha, muito pobrezinha, muito beata. Até se rezou o credo... Credo! Que excesso.
Se para cantar músicas de Natal ele cantou e portou-se bem. Na festa do colégio, era suposto dançar e saltar (coisa que ele é especialista) e não se mexeu. Feito múmia. Nada. Zero. Muita confusão, muita gente, e a minha cria bloqueia. Quando já tinha acabado a prestação da infantil, quando já estavam a sair do palco... é que lhe deu para dançar.

domingo, 22 de dezembro de 2013

O balanço do Natal (até ao momento)

No primeiro jantar do sapatinho o F.partiu o vidro da mesa de centro da anfitriã. Como? Estava a tentar tirar uma foto aos dentes novos do afilhado-bebé, e apoiou-se na beira da mesa, ao olhar para a foto-super-cómica que tinha acabado de tirar, inclinou-se para trás e CRAC! A ,Beni,na maior das inocências, levou para casa um presente alheio (o do cão da anfitriã).

Fomos ao almoço de Natal em casa de uns amigos e a Beni decidiu por sua iniciativa pegar numa peça do presépio (muito antigo, de estimação, para lá de vintage... estão a ver?) e largá-la dentro da lareira. Quando me apercebi da tragédia, nem um salto à lá Tom Cruise por cima do sofá, para apanhar a peça no ar, teria chegado a tempo. E claro... só eu é que vi, e lá fui eu com a peça na mão (já sem o capuz, e lascada na base) mostrar o estrago. Valha nos Deus que não era uma das personagens principais...

O Natal aqui para estes lados começou a 6 de Dezembro (entre jantares, almoços, lanches...), e desde então que o Francisco tem-me visto em diversas ocasiões a embrulhar presentes... num jantar do sapatinho, o Francisco ao oferecer um presente disse: " Toma tia, o telemóvel do Diogo". Surpresa?!
Nunca mais embrulhei presentes à frente do desbocado do meu filho...

No Inverno, principalmente, adoro fazer doces, este ano, ando a experimentar receitas novas... já foi a Sericaia, o Bolo do Paraíso (bolo de amêndoa), e este ano não acaba sem fazer um pão de ló, um cheesecake e uma Tarte de Pastel de Natal. Sim, já sei o que é que estão a pensar... estou em dieta profunda!


sábado, 21 de dezembro de 2013

TPC: Presépio

Os trabalhos de casa do colégio do meu filho significam... trabalho para a mãe. Desta vez e de um dia para o outro pediram para fazer um presépio para oferecer a uns meninos carenciados. A causa era boa e eu tinha tão pouco tempo para fazê-lo. Tive que usar o que havia cá por casa, e ao contrário das pessoas normais, nós tínhamos musgo sintético na dispensa...

A nossa obra de arte (o Francisco também riscou uma ovelha e um rei mago) ficou assim:



Nota: Na rua, muito perto da escola, de presépio na mão, um pai que também esperava para passar na passadeira, não parava de olhar. Quase a entrar no colégio, virou-se para trás e disse: "Bonito presépio".
Agradeci cheia de vontade de rir...

Nota 2: o material utilizado variou entre musgo sintético, discos desmaquilhantes, um prato de bolo em cartão dourado e aproveitei para vestir/ pintar as personagens com roupas mais trendy...

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Natal engorda...

Eu achava que este ano,o mês de Dezembro, ia ser muito calmo. E de um momento para o outro estou a ter dificuldade em conseguir encontrar um dia livre para ir fazer as compras de Natal. Jantares do sapatinho, o Francisco vai cantar músicas de Natal no CCB já amanhã, Jantares com diferentes grupos de amigos e pelo meio não sei quantas festas de anos, almoços natalícios, a festa de Natal do colégio do Francisco... É a verdadeira loucura. Lá vou eu engordar 2 quilos... Só no mês de Dezembro é que deveria ser proibido engordar!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A 1ª festa de um amigo do colégio

O Francisco nunca tinha ido a uma festa dos coleguinha do colégio. O primeiro convite que recebeu acabou por não poder ir porque teve um ataque de asma. À segunda foi de vez.
Os pais da aniversariante alugaram um espaço, uma sala num ginásio, puseram lá para dentro um insuflável, alugaram uns carrinhos, já havia lá uma baliza, levaram umas quantas bolas, decoraram o espaço com posters gigantes de filmes de cinema, pagaram a uma senhora para fazer umas pinturas faciais e já está!
Uma mesa cheia de doces e sandwichs.
Correu muito bem, o Francisco adorou, a Beni estava na maior no meio dos "crescidos", e nós ficámos por lá. Confesso que me fazia uma certa confusão deixá-lo sozinho...

Em baixo os carrinhos que fizeram um mega sucesso com a criançada!
Um bom presente de Natal, faz um vistão, faz sucesso com toda a certeza e só custa 39,90€.



quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Francisco vai ao cinema pela primeira vez

O Francisco não fazia ideia o que era mas estava entusiasmado. Estava na expectativa.
Como é que se explica o conceito a uma criança de 4 anos?
A explicação: "vamos ver desenhos animados numa televisão gigante, a sala fica às escuras, e vemos o filme na companhia de muitas pessoas."
Portou-se muito bem para a idade (durante as apresentações disse só uns "rabos", xixis" e cocós"), ficou sossegado no seu lugar e vibrou com o filme! Mesmo assim penso que não será uma experiência para repetir tão cedo... porque só se portou bem porque estava a ver um filme de carros, se o tema fosse outro não sei se o resultado teria sido o mesmo...

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O Mateus já nasceu!

O nosso menino Jesus chegou no dia 28 de Novembro ao fim da tarde. Correu tudo bem. O Mateus tem um porte de 3kg, é um comprido e estranhei não ter bochechas...
O F. diz que é parecido com o pai, eu acho que é mais parecido com a Maria e o José...
Adorei pegar-lhe ao colo, mudar-lhe a vestimenta, tirar-lhe fotos e filmá-lo. Tive/teve direito ao kit completo!
Que saudades de pegar num bebé recém-nascido, do cheiro, do choro, de tudo.
Estou uma tia super babada!

Este Natal vou ter ainda mais pena de não ter a companhia do C.da F. e do Mateus...


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Calendário do Advento

Depois de pelo segundo ano consecutivo não ter conseguido comprar o calendário do advento do IKEA. Para variar estava esgotado... decidi fazer eu o calendário do advento. E fim de conversa. Estou em modo-poupança e não posso gastar fortunas em coisas que não são essenciais.

Em baixo o calendário que fiz lá em casa, e pendurei na parede da sala.
Muito simples: uma tela branca, envelopes pequenos de várias cores, pioneses transparentes, decoração natalícia com coisas lá de casa e rabisquei uns números. Fez o maior sucesso com a criançada e todo o material custou de cerca de 6,50€.

As mensagens lá dentro são pouco católicas... não há cá "conversas com São José" mas temos muita acção/ animação com música, desenhos, bolas de sabão e chocolate. E as crianças precisam de mais alguma coisa? As cá de casa não.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Mateus on the way

Disse-me uma abelha (desculpa primo), que o Mateus está a pensar nascer mais cedo. E por mim, tudo bem. E pela mãe também. Agora, vamos lá ver se o nosso menino Jesus, não decide nascer no dia de anos da avó: dia 24 de Novembro.
Sim, eu sei, a minha família peca pela falta de originalidade...

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Uma coisa muito estúpida 2

Ora que ontem era dia de procurar os documentos do carro... e estava tão preocupada, que antes ainda fui zumbar para o ginásio. No regresso a casa, toquei à porta mas o F. estava a dar banho à criançada e nunca mais me abria a porta. Decidi enfiar a mão no saco da ginástica para ver se tinha sorte, mas o que apanhei foi um envelope fechado. Adivinhem o que é que estava lá dentro?
Os documentos do carro! Este era portanto o "local" muito bem guardado, que eu tinha escolhido.
A capacidade que tenho de surpreender.me a mim mesma... surpreende-me.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Uma coisa muito estúpida

Desde que tirei a carta de condução tenho a mania de não andar com os documentos do carro. Nunca ando com os documentos e nunca andei. Já perdi a conta às operações Stop por onde passei, e que nunca me mandaram parar. Quando estou a rasar os senhores polícias faço um ar de que não parto um prato, e penso que quando chegar a casa vou pôr os documentos na carteira... Até hoje...

E para não os perder, guardei-os muito bem guardados. Tão bem guardados que não sei onde estão.
Agora preciso de levar o carro à inspeção/ revisão antes que o ano termine...
Uma perfeita estupidez. Eu sei. Vamos lá ver como correm as buscas.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Óculos graduados - Dica de poupança

Quem me conhece sabe que estou sempre a par de promoções, descontos e afins.

Aqui vai um caso prático:
A Opticália está com a seguinte promoção "Compre 1 par de óculos graduados e receba outro grátis por 99€". Qual é o catch? A graduação tem que ser a mesma nos dois pares de óculos.

A minha mãe precisa de um par de óculos de ver ao perto e outro para o dia-a-dia. Resumindo compra os dois pares de óculos (só as armações seriam cerca de 300€) e depois muda as lentes de um par.

Para quem precisa de óculos, como a minha mãe e eu (também aproveitei a promoção e fiquei com uns óculos suplentes), esta foi sem dúvida a melhor promoção que descobri!
Fica a dica.

domingo, 17 de novembro de 2013

Sobre a morte

A família do F. sempre teve uma descontração incrível a falar da própria morte. Volta não volta, a minha sogra (uma pessoa que admiro muito) lá diz "quando eu morrer..." e aquilo faz-me uma confusão tremenda. E digo-o.Ninguém se impressiona/ liga, só mesmo eu.
Hoje o F. seguindo a tradição familiar disse qualquer coisa como "Se eu morrer ficas com a casa paga" (isto em tom de gozo). E se há coisa que tenho medo é que lhe aconteça alguma coisa... e assim sendo e já que estamos a falar deste tema tão interessante... digo-vos pensei para os meus botões, que tendo em conta os meus filhos, o melhor seria ir eu primeiro, já que já estou avariada, e os efeitos secundários de tanta medicação vão-se fazer sentir mais cedo ou mais tarde, mais vale ficarem com o pai saudável, porque vai durar muita mais tempo, com toda a certeza. E ele é melhor pai que eu.
O F. é um pai fantástico que sabe fazer tudo: sabe fazer o jantar da criançada, sabe dar banhos, domina a medicação, sabe manter um equilíbrio fantástico entre a brincadeira e o castigo, recebe só um "satisfaz menos" na parte de os vestir. Parece que estão sempre mascarados! Enfim, ficam MUITO bem entregues e deixo-lhes uma das melhores heranças... um pai escolhido a dedo.
E para quem não gosta de falar de morte, acabo de escrever o meu testamento.
Melhores dias virão...

sábado, 16 de novembro de 2013

Momento sinistro

Fui à depilação, ao cabeleireiro do costume. Fui atendida por uma esteticista nova, porque a minha estava de licença de maternidade.
O início da conversa foi sobre depilação a laser, a dita senhora que estava a fazer a depilação com cera, estava a vender as maravilhas da depilação definitiva. Disse que tinha feito no seu corpo. E eu na maior das inocências perguntei: "Mas isso funciona mesmo?". E a pergunta mais banal do mundo (digo eu) teve a resposta mais inesperada...
A senhora do nada, baixou as calças e respectiva roupa interior, da parte da frente, e mostrou-me os seus órgãos genitais... sem pêlos. Lá está.
Podia ter mostrado a axila, podia ter mostrado a perna... enfim... mas não, toca de mostrar o pipi. E eu a ficar sem palavras. Completamente a panicar e a contar os segundos para a senhora puxar as calças para cima.
Foi sem dúvida o momento mais sinistro (e dispensável) da minha vida!
Acho que consegui disfarçar o meu estado de choque...Acho.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Uma haste

Imaginem abraçar os vossos filhos, saltar nas aulas de ginástica, correr para o autocarro, ter uma reunião com um cliente, tentar salvar um cãozinho parado no meio da passadeira à lá Super-Homem, engatar o marido SEMPRE só com uma haste nos óculos. Imaginaram?

Pois... não funciona! Óculos tortos, óculos a saírem disparados da cara, óculos em todo o lado menos na cara! Irra.

E o que é que eu estou à espera para ir comprar uns óculos novos? Do Euromilhões. É que está a custar-me tanto gastar umas centenas de euros... mas tem mesmo que ser, porque nos últimos tempos tenho feito umas figurinhas muito jeitosas. De amanhã não passa, vou marcar o oftalmologista.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Zumba Fitness

Eu abano anca, abano o rabiosque, deslizo um braço pelo outro. Tudo abanica. Eu salto, eu desmonto-me toda. E assim vão as minhas aulas de Zumba Fitness. Não seria uma aula que escolheria mas... dentro das disponíveis no meu horário ou vou para o karaté com os miúdos, ou vou dançar Hip Pop com os Funky Kids. O ginásio está a saque!

O espaço onde temos as aulas de fitness é partilhado por uma zona de máquinas, onde os homens de barba rija se vão exercitar. Na semana passada, ouviram a música abaixo (que faz parte da aula) e ficaram a ver a coreografia até ao fim... Eu só pensava, tirem-me daqui!




sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A nova moda lá em casa...

A miúda lá de casa dá-lhe uma coisa má...e tira as meias, tira o pijama, tira a fralda.
O Nico vem a correr chamar-me: "Mãe, a mana despiu-se outra vez...".
E a coisa pode repetir-se até 3 vezes no mesmo dia...
Venha de lá esse Inverno rigoroso.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Jantar de família

O sábado que passou foi escolhido para organizar o jantar de aniversário em família. Com 3 pessoas a fazer anos no mesmo dia não há desculpa possível. Batemos mais uma vez todos os recordes, conseguimos reunir num T2, nada mais nada menos, que 21 adultos e 4 crianças! A loucura absoluta mas acho que correu bem. Para ano estarão presentes mais dois bebés, e outro tio que vamos convidar, que adora as minhas crias!
Um dia a casa vai abaixo!


Legenda: O cenário que me esperava no domingo de manhã. Arrumei tudo com muita tranquilidade. Nem queiram imaginar o cenário na cozinha...

sábado, 2 de novembro de 2013

Barbaridades...

Reparo que o Francisco tem uma nódoa negra na perna e pergunto-lhe: "Francisco cruzaste-te com o Carrilho?"

Francisco: "Sim, com o Carrilho".

Nota: Não se admirem se começarmos a aparecer nas revistas do social. Já estou a ver a introdução da notícia: "Blogger Conta-me uma história, mãe e empresária (não sou, mas agora todas são) revela nódoa negra que Carrilho fez ao seu filho, durante uma acesa discussão filosófica...".

Preparem-se!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Discutir com o marido/ namorado com muito estilo



Eu não sei se o casal que aparece no videoclip reparou que está de óculos escuros dentro do quarto de hotel... O calor da discussão toldou-lhes o juízo!

Da próxima vez que discutir com o F. prometo que vou sacar dos óculos escuros! Depois digo como é que correu...

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Sobre o dia de anos do meu filho...

O Francisco chegou atrasado à escola, e quando entrou na sala, estavam todas as crianças sentadas numa roda e começaram a cantar-lhe os Parabéns! Que queridos...

Todos os meninos da sala fizeram um desenho para o Francisco, e a grande maioria acrescentou uma dedicatória. A que me deixou de boca aberta foi a de uma Mariana, que escreveu apenas "Amor" e desenhou-se a ela e ao meu filho tipo noivos. O desenho estava brutal! Eu é que não estou preparada para ser sogra. (Logo à noite ponho aqui a foto do desenho maravilha).

Tive a "ideia-brilhante" de comprar velas mágicas para o bolo do Francisco. Pequeno pormenor o meu filho tem asma, e as filhas-da-mãe-das-velas não se apagavam por nada. Às tantas já estava eu e os amigos da escola todos a tentar apagar as malditas das velas. E o Francisco com tosse...

Quando saímos do colégio, fomos até ao carro, buscar a bicicleta do Faísca, presente dos 4 anos, mas como ainda não estava toda montada, ficámos no parque de estacionamento a apertar porcas e coisas que tais... e qual não é o meu espanto quando vejo, e passo a citar o meu filho, "uma pilinha gigante" no meio da rua.
Estavam a fazer umas filmagens no meio da rua, com uma pilinha que ia descansada da vida, a descer as escadas e dava de caras com duas miúdas na rua, que apanhavam um valente susto! O meu filho não estava a acreditar no que via... Só chamava pela pilinha, que não lhe ligava nenhuma. Às tantas lá gritou "Olá pilinha!". E a pilinha respondeu "Olá!". Foi um sonho concretizado para o meu filho, que passa a vida a dizer rabo, pilinha e cocó.



No dia 29 de Outubro foi mais ou menos isto...


Para quem ainda não sabe, eu, a minha mãe e o meu filho fazemos anos no mesmo dia.
E este ano não foi excepção.

Nota: A foto é do ano passado, porque a festarola em família só vai ser este sábado!

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Sabes que estás a ficar velha quando...

às 4h30 da manhã achas boa ideia ir tirar as nódoas de vinho da toalha da mesa de jantar.

Jantar de amigos

Fizemos um jantar com amigos (sem crianças) cá em casa: 6 garrafas de vinho para 6 (eu não bebo), e uma era uma garrafa de cachaça de 2002 (vinda directamente do Brasil, da viagem de finalistas!), falámos muito, rimos até ir às lágrimas, partiu-se a loiça (literalmente), esvaziaram-se as garrafas, tivemos lágrimas, viagens ao passado, desabafos, confissões, debates acesos, surpresas, segredos...

A tertúlia acabou às 4h30 da manhã.

Nota: Só faltou mesmo a madrinha. Porque até a M. a nossa amiga que está neste momento em África a salvar o mundo marcou presença via skype (aproveitámos e fizemos a onda).

Quem marca o jantar para Novembro?


domingo, 27 de outubro de 2013

Reunião de Pais

Não aconteceu nada como nos filmes... Antes de ter sido apresentado o programa para o novo ano lectivo, a professora deu a todos os pais o desenho que cada criança tinha feito. O tema era "Eu aos 4 anos" quando nos entregou o desenho do nosso filho, explicou "Ele neste dia estava um bocadinho irritado..."e fomos presenteados com um rabisco pegado,os outros pais receberam desenhos lindos, com a figura humana, com várias cores... Havia lá uma mãe que só faltava andar com o desenho da filha ao peito...

No fim da reunião, e tendo em conta o tema para este ano lectivo, qualquer coisa como "Eu sou especial porque sou eu", mostraram uma foto dos meninos da sala dos 4 anos, todos sentados numas escadas do páteo, e todos a abraçarem-se uns aos outros, e aos beijinhos, TODOS menos... adivinhem? O meu filho, claro! Que estava com um ar do género "mas essa foto quando é que acaba..."

Já à saída aproveitei para falar com a professora para saber o que achava de tudo isto... a conversa ia longa, e a mãe de uma criança da sala do meu filho, que estava mesmo ali ao lado, virou-se e disse: "Não se preocupe que o Francisco é muito apreciado lá por casa..."

O que é que se responde a isto?




sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Somos TÃO desportistas...

Lá por casa voltou tudo a praticar desporto. Eu regressei ao ginásio, a ir 2 vezes por semana, o F. vai jogar Ténis com um amigo, o Francisco vai todas as semanas ao Futsal e ao Mini-Ténis. A Beni passeia a sua mala rosa da minie pela casa.

E ao contrário do que a maioria gosta de fazer, eu gosto mesmo de ir ao ginásio no Inverno. E faço sempre uma pausa nos meses de Verão.

Quando saio das minhas aulas de fitness, para além de me sentir a Cláudia Schiffer, fico com uma energia pronta para salvar o mundo! Não se explica mas sinto-me tão bem!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O Sr. Destino acha que manda alguma coisa...

Numa entrada para a auto-estrada, noite adentro, deparo-me com um carro em contra-mão a fazer marcha atrás... Desvio-me a tempo.

Perto de casa dos meus pais, quando ia a virar para uma rua de sentido único, deparo-me com uma scooter toda despachada, em contra-mão. Travei a tempo.

Em Lisboa, na rua de sentido único da Cervejaria Trindade, dou de caras com um  carro em contra-mão, com um casal de velhotes lá dentro. Paro com muita tranquilidade.

Um belo dia fui presenteada com uma doença crónica. O Sr. Destino pensou: "Isto não vai a bem, vai a mal... Daqui a 10 anos falamos".

Nota: Em todas estas situações estava sempre sozinha no carro, e os condutores eram sempre homens.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Mistério desvendado

O Francisco finge uma conversa num telemóvel-brinquedo. A conversa já ia longa e perguntei-lhe: "O Francisco está a falar com quem?". "Resposta pronta:"Com o Está Lá!"

Pois claro! Com quem mais...

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A mãe sabe tudo*

O Francisco pergunta tudo e sobre tudo: "Porque é que as nuvens estão a tocar no mar?", "Porque é que é de noite?", "Porque é que a mana não fala?" ou "Porque é que o pi-piu fez cocó no nosso carro?".

A minha resposta à última questão: "Porque o passarinho estava muito aflito para ir à casa de banho, mas como não avisou a mãe a tempo, acabou por fazer cocó no nosso carro..."

*Sim, tenho resposta para tudo.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Um nobel para mim

Eu merecia um prémio, tipo Nobel ou Globos de Ouro, de cada vez que telefono a alguém, a tempo e horas, no seu dia de aniversário. E quando telefono para dar os Parabéns no dia de anos de um filho de um amigo merecia ganhar em mais uma categoria qualquer... tipo "Melhor vestida" ou "Revelação".

Nota: Há dias em que não há Birthday Alarm, post-its, alarme no telemóvel que me valha...

domingo, 20 de outubro de 2013

A sessão fotográfica

De facto não faz o nosso género ir para um estúdio fazer caretas. Não vamos repetir.
A família toda foi fotografada separada e junta. A síntese:
O Francisco ao inicio gostou tanto da ideia que virou costas à fotógrafa. E não estávamos a conseguir fazê-lo mudar de ideias.
A Beni fixou-se num adereço, uma cadeira rosa da moranguinho, e fez todas as fotos agarrada à dita cadeira.
Na foto só dos manos, a Beni não queria largar a cadeira, e o Francisco não queria largar umas orelhas da Minnie. E sim, elas estavam colocadas na cabeça do meu filho.
Quando chegou a altura de fotografar só os 2, a coisa piorou. Porquê? Porque o fotógrafo estava a pedir-nos poses à la casamento-piroso. Tive que explicar ao senhor que não fazia o nosso género, e sugeri outras "poses".
Estou a apostar todas as minhas fichas na foto de família. A ver vamos...

Nota: Vamos ver as fotos na segunda semana de Novembro.



A minha filha acha que é a Rainha de Inglaterra

Acena a todas as pessoas que passam. E as pessoas acenam de volta.

Nota: E como os estranhos já se metem pouco comigo e com os meus filhos... A Beni achou que devia dar uma ajudinha.

Mãe vou só ali dar uma voltinha de bicicleta...



sábado, 19 de outubro de 2013

Eu também não percebo II

Eu detesto cozinhar e... tenho mais livros de culinária no meu currículo (trabalho em marketing editorial*) que muito boa gente que sabe fazer mais do que uma bolonhesa.

*Não se assustem, eu "só" escolho as receitas, revejo a tradução, dou e invento dicas de nutricionista/ cozinheiro, dou nome às colecções, idealizo a paginação e às vezes dou nomes mais bonitos às receitas.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Eu também não percebo

Detesto cozinhar mas adoro ver programas de culinária... Sou capaz de ficar a ver o Jamie-stressado, a Nigella-lambe-dedos, a Lorraine-minuciosa horas a cozinhar. Não se explica.



Comentário do Francisco quando viu esta imagem: "Porque é que a menina está toda suja?".

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

No Porto

O último fim-de-semana foi no Porto. E passou a correr: pequenos-almoços na esplanada, almoços em família, jantar de aniversário com kilos de amigos e filhos (que eram mais que as mães!), passeio no paredão com o cão da família que pesa uns 45 kg (ainda bem que é civilizado, se não passeava-nos a nós), ida ao parque infantil (e ver uma bebé com a idade da Benedita com as unhas pintadas e as orelhas furadas!!), ainda tive tempo para cortar o cabelo e dar um saltinho até Serralves. Isto sim, é um fim-de-semana bem aproveitado. Temos que voltar ao Porto...



Legenda típica de baby blogs: Carrinho Bebé Confort da baby B. (antigo), Mala de pele Zara Woman colecção 2013, Bicicleta Chicco sem pedais do F. (ano passado).Na realidade o que interessa mesmo é... a paisagem.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Na pediatra

Desde que nasci que alguém conhece alguém parecido ou igual a mim... Toda a gente acha que me conhece de algum lado...

A pediatra dos meus filhos disse que se lembrava de mim todos os dias porque ouvia na TSF um anúncio a uma seguradora, em que a voz da senhora do anúncio é igualzinha à minha. Obviamente que eu sabia qual era o anúncio (eu papo anúncios) mas não me lembro minimamente da voz...

Já estava habituada a que me achassem parecida com meio mundo... agora a minha voz... não. Até porque segundo consta, a minha voz não é muito vulgar. Dizem.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Carrinho de bonecas

Comecei a minha pesquisa de mercado para oferecer um carrinho de bonecas à Benedita.
Gostei deste que é da Imaginarium, mas ainda só o vi online. Já me deram muitas ideias (vou saltar a sugestão de ir às lojas dos chineses) mas ainda não tive tempo para fazer uma pesquisa como deve ser. Para a semana animo-me!
 
Se virem um carrinho giro partilhem sff. Obrigada.

 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Dar presente a 1 ou aos 2?

Ainda não decidi o que fazer em relação a este assunto...

Quando dão um presente a um filho, dão sempre também ao outro(s)?
E no dia de anos?

Esta semana oferecemos uma malinha rosa-pirosa à Benedita, e não comprámos nada para o Francisco. O Francisco não achou graça nenhuma, roubou a malinha à mana, fugiu, amuou, cruzou os braços e fez cara feia. E por acaso, nessa mesma manhã, a avó tinha lhe dado vários carrinhos.

Também já tinha acontecido o contrário, oferecermos um presente ao Francisco e nada à Benedita.

Antes de ter filhos sempre defendi que só se dava presentes ao filho que fazia anos. Agora não sei o que faça...


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A novidade do dia! Da semana! Do mês!

Imaginem que gostavam muito de um alimento mas que a partir de uma certa altura da vossa vida, não o podiam ingerir se não ficavam muito mal-dispostos,  para o voltarem a ingerir tinham que comprar uma versão fraquinha. Assim uma versão marca branca mas em mau. Já imaginaram não já...

Ora que hoje descobri que a marca de leite Vigor lançou agora no mercado uma versão sem lactose!
Acho que não vos consigo explicar a minha alegria! Finalmente vou voltar a beber leite com sabor a leite, sim apareceu na altura certa, estava mesmo a pensar em parar de beber leite.

Quando estava no hospital passei a beber a marca Mimosa, de fugir, o leite é adocicado. Depois descobri a marca Nova Açores, que era já bastante boa, e agora essa grande referência que é a marca Vigor, lança esta novidade. Já provei o leite e é igualzinho. Não se nota a diferença de um Vigor original!

Ah! E é mais barato que a marca líder de mercado (Mimosa), o novo Vigor custa 1,19€ e o da Mimosa custa 1,44€!

Agora para ser a cereja no topo do bolo, só falta a Vigor lançar a versão em pacotinhos pequenos.


Sessão fotográfica

Um dos presentes que recebemos no Baptizado da Benedita foi um vale para uma sessão fotográfica em família. E fomos apanhados de surpresa...

Sim, nós gostamos de tirar fotografias. Sim, nós gostamos de espalhá-las pela casa. Sim, a todas as variantes relacionadas com fotografia... mas uma sessão fotográfica parece tão "plástico".

Lá vamos os 4 enfiarmo-nos num estúdio, todos vestidos de branco (é o que eu costumo ver), e vamos fingir que somos a família mais feliz, divertida e maluca do mundo!

Isto de fotos com hora marcada não é para nós. Mas vou marcar, até porque o prazo está mesmo a acabar, e depois digo como é que correu...

Nota: Primeiro adiei a sessão fotográfica porque estávamos esquálidos, depois era Verão e não íamos perder um fim-de-semana de praia por causa disto (só faltamos em caso de funerais, casamentos e baptizados), depois eu estava tão inchada tipo "Sponge Bob" e com uma ressaca tão grande de hospital que nem as fotos a preto e branco iam conseguir disfarçar o meu sorriso amarelo. Bom, e agora não tenho mais desculpas porque o prazo acaba em Novembro.

A ver se despacho o assunto hoje.


Nota 2: Esta família não somos nós (para quem não nos conhece). O F. não é careca, eu não estou grávida, e o Francisco não tem um caracol! Mas vi esta foto e deu-me imensa vontade de rir...
Estão a ver? Estão todos vestidos/ despidos de branco!


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Fim-de-semana de crescidos

O fim-de-semana que passou foi escolhido para rifar a criançada. Sexta-feira fomos jantar fora só os dois, sem interrupções do género: "Francisco pára de escalar o candeeiro", "Beni tira os brinquedos da boca" e por aí fora... Um descanso. Saímos do restaurante à meia-noite.
No sábado à noite fomos ao cinema ver o "Blue Jasmine" do Woody Allen. Valeu a pena. A Cate Blanchett faz o filme todo, não era preciso mais ninguém!
Estávamos mesmo a precisar. E a sogra adorou ficar com os netos.




O novo vício lá em casa



Existem na versão com doce de framboesa, laranja ou limão. Compramos a versão Pingo Doce ou Continente e confesso que não noto grande diferença. Para quem ainda não provou, recomendo muito.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A Benedita com 1 ano e meio

É destemida. Vê-la no mar de Moledo, a levar com as ondas em cima e a ficar na maior deixou-me estarrecida. E refilava quando íamos para a toalha. Quantos estranhos na praia ficavam a olhar para a Benedita boquiabertos e a apontar...

Defende-se. Protesta quando o mano lhe rouba os brinquedos, e luta para que isso não aconteça. Não é, claramente, uma criança que fica a olhar e a chorar, à espera que o problema se resolva.

É uma pirosa. Agarra em sacos, malas e passeia-os pendurados no antebraço. Não sei onde é que ela viu isso... Ontem o pai, sozinho, comprou uma malinha-rosa-pirosa com a Minnie (que ela adora). A Beni vai amar!

É uma mimada. Pede colo com o ar mais derretido que possam imaginar. Encosta a cabeça (mesmo quando está em pé) à nossa perma, ao nosso braço, a pedir mimo.
Chora quando nos vê a ir embora.

É mulher. Sabe fazer charme, sabe fazer um olhar, um ar, um sorriso quando quer que lhe façamos as vontades todas. Tem a escola toda.


domingo, 6 de outubro de 2013

Só me meto em confusões

Na semana que passou fui ao Colombo fazer umas compras. Tinha que tratar de alguns assuntos pendentes. Primeiro arranjar a haste dos meus óculos, que decidiu soltar-se da armação... E enquanto esperava para ser atendida fui à Hussel, mesmo em frente, para comprar gomas. Quando chegou a hora de pagar reparei que tinha deixado o cartão multibanco no saco da ginástica, que estava em casa... Pedi muitas desculpas à rapariga da loja e saí a morrer de vergonha. Tinha dentro da minha carteira 20 cêntimos. O que como bem sabem... não dá para nada.

Arranjei os óculos à borla. Menos um problema.

Última questão, tinha o carro no parque de estacionamento do Colombo. E agora?

Liguei para uma amiga que gosta muito de fazer compras, mas azar o meu estava em casa. Pedi-lhe para lançar o alerta no Facebook: "Está alguém no Colombo?". Ninguém.

Bem, não tinha muito mais a fazer: vou contar a verdade.
Dirigi-me ao escritório do parque de estacionamento. Tentei, mas não estava a dar com o local. Vi um segurança a passar naqueles carrinhos de golf, tentei chamá-lo mas em vão, não me viu/ ouviu. Comecei uma pequena perseguição ao carrinho de golf. Lá me cruzei com o senhor segurança. Perguntei onde é que eram as instalações, e expliquei o sucedido. Ofereceu-se para me levar lá. Estão a ver-me no carrinho de golf? Eu e o Sr. segurança, os dois a "passear"de carrinho de golf no parque de estacionamento... Idílico.

Cheguei ao local. Expliquei o sucedido, cheia de vergonha. O senhor foi super simpático. Deu-me um "free card" e o prazo de 10 minutos para sair do parque. O segurança do carrinho de golf foi super simpático e ofereceu-se para me levar até ao meu carro, já que o dito estava estacionado na outra ponta do mundo.
E lá fui eu, no carrinho de golf, cheia de vontade de rir, até à porta do meu Picasso... Fica a faltar a foto, eu sei, mas achei que seria demais...

sábado, 5 de outubro de 2013

Sayonara chucha

Antes do Verão acabar, numa bela noite lá em casa, não encontrávamos nenhuma chucha, e estava na hora de deitar o Francisco. Virámos a casa do avesso. Nada. O Francisco teve que dormir sem chucha, protestou um bocado mas acabou por adormecer. E a partir dessa noite decidi que não se iria dar mais chucha. Quase com 4 anos e ainda de chucha! Tudo ao contrário do que sempre defendi. Aliás, por mim já lhe tinha tirado a chucha aos 2 anos mas o F. disse que não havia necessidade, que ia traumatizar a criança... e assim se foi arrastando...

Num fim-de-semana em Troia o Francisco encontrou por acaso uma chucha no chão, debaixo do sofá. Simbolicamente deitei-a fora num caixote da praia (sem ele ver).

Todas as noites pergunta pela chucha e eu respondo sempre que "o cão levou". Conversa que já teve muitas variantes, já lhe disse para ir falar com o cão (que eu não tenho nada a ver com isso), e ele responde "Ó mãe o cão não fala!", ou "Se o cão é que tem as chuchas, então é bebé!".

O Francisco já não ligava muito a cães... agora então...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Virei conversa de café

Descubro por portas e travessas, por mero acaso... que pessoas que mal sabem o meu nome, sabem da minha doença. Espetacular... Os portugueses não só gostam de falar das suas doenças como gostam de falar das doenças dos outros. Espetacular!

E assim já estou a imaginar a conversa: "Sabes aquela, que anda com o mesmo da faculdade?" "Qual?" "Aquela que é amiga de não sei quem" "Acho que sei quem é..." "Bem, não interessa, pois está doente, imagina, grande azar! Uma pessoa num dia está bem e no outro... "

Enfim... nem me vou alongar mais neste assunto... Estou furiosa!

Definição de "discreto": Que tem cautela nas acções e afirmações. = RECATADO. Que sabe guardar um segredo.

"discreto", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Arrumações de Outono

Pois que passar todos os fins-de-semana fora de casa desde o fim de Abril até ao fim de Setembro (com férias e estadia no hospital de 15 dias pelo meio) equivale a? Caos absoluto em casa.

Vão se acumulando coisas, no geral e em particular,em todo o lado. De repente a casa chora por organização, reciclagem, limpeza a fundo (a empregada vai lá a casa uma vez por semana fazer o essencial: limpar o pó, lavar o chão, limpar casas de banho, mudar os lençóis às camas etc...) mas não chega.

Lá vou eu enviar roupa da criançada, que já não serve, para uma prima do F. e para a cunhada, reciclar a nossa roupa, que é como quem diz, enviar para a paróquia local, escolher brinquedos e dar a crianças que precisam, despachar alguma tralha que já não está funcional e comprar nova, atualizar as fotos das molduras etc... etc ... Ui, que vontade.

Hoje já começámos a temporada das arrumações... Estou de rastos.

domingo, 22 de setembro de 2013

Adeus Verão!

A viagem para Tróia na sexta-feira à noite foi perfeita, só eu com a criançada (o F. foi noutro ferry com a minha família), uma noite quente, quente. Já na derradeira estrada da Comporta até à "casa da praia" como diz o Francisco, fomos com o rádio desligado, janelas todas abertas, para ouvir as cigarras lá fora. 

O fim-de-semana de despedida foi óptimo: 34º no sábado, 33º no domingo, muitas brincadeiras nas piscinas naturais formadas pela maré baixa, caminhadas, todas as refeições na varanda, muito pouca gente na praia, dormir muito, dormir a sesta todos ao mesmo tempo... Um fim-de-semana com sabor a férias.

Acabou-se a temporada de Tróia de 2013. Venha de lá esse Outono...

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Novidade bombástica

Ah! E tal o ano de 2013 já está quase a fechar e não deve acontecer mais nada de jeito... pois que no fim-de-semana que passou soubemos que vamos ser tios outra vez. A mana do F. está grávida outra vez. O novo membro da família está previsto nascer em Maio.

Nota de pé de página: O primeiro filho da cunhada vai fazer 9 meses este mês. Prevejo uma grande canseira. E se forem gémeos? Eu queria que fosse uma menina... Começam os pedidos... Ah! E que não nascesse no dia 20 de Maio. 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O Francisco quase com 4 anos

  • Adora andar com as minhas sandálias pela casa (e tem muito jeito, diga-se, não caiu uma única vez). De vez em quando também usa as minhas pulseiras.
  • Continua a ser o rei da pista, e adora música. Nada muito culto, lamento.
  • Faz perguntas bastante embaraçosas, alto e bom som, e ao lado do visado. Do tipo: "Mãe porque é que este senhor não tem cabelo?", "Porque é que esta menina está numa cadeira [de rodas]?". E pérolas que tais.
  • Não é mesmo a criança-miss simpatia. Só se ri quando realmente acha que tem interesse, e às vezes para cumprimentar quem de direito só a ferros.
  • É destemido. Na sua bicicleta sem pedais, desce rampas a uma velocidade que me faz prever o pior. So far so good.
  • É provocador (sim, eu sei que estou a ser castigada) e gozão. Tira-me do sério.
  • Sabe engraxar com uma pinta, quando faz asneira, a primeira coisa que me diz é "Eu gosto muito da mãe".
  • É uma peste com a irmã. Rasteiras, empurrões, roubar comida, roubar brinquedos. Vale tudo até tirar olhos. E no outro extremo é super protector e amigo da mana.
  • Adora sair de casa. Aliás ele está bem em todo o lado menos na sua casa: "Não vamos para a nossa casa pois não?".

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Sexta à noite foi dia de concerto



Na sexta-feira fomos ao concerto do Roger Hodgson (ex-Supertramp) no "festival" ERP Remember Cascais" na companhia de uma amiga. O ambiente era mais ou menos isto: tiódromo completo!

Ah! E na primeira parte tivemos o José Cid (esse grande maluco!) e os Level 42.

Foi muito giro, passei um frio desgraçado porque fui com sandália de tira e casaco de linho. Claramente não ando a sair muito à noite...

Ah! E o vocalista das muitas músicas que cantou, cantou a única que o F. me cantou quando começámos a namorar. Atentos na letra... é de um romantismo... sem igual. Aprendam com quem sabe.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Criança desaparecida na praia

Em Tróia, ainda em Agosto, uma criança perdeu-se dos pais. Eu e outra rapariga reparámos que a criança, que devia ter uns 4 anos, estava completamente desorientada. Fomos as duas atrás dela. O Francisco também quis vir, e foi a dar-me a mão.

A criança estava cheia de medo de nós. E não se deixava agarrar. Então para não assustar o rapaz mais, fui a correr atrás dele mas de forma a direcioná-lo para os nadadores-salvadores.

A criança estava a chorar, e não se percebia nada do que dizia, cheguei a pensar que era estrangeiro. Deixei-o nos nadadores-salvadores. Uma das nadadoras-salvadoras, pegou logo nele ao colo, e perguntou-lhe a idade... fui à minha vida.

De volta à minha toalha, comecei a procurar uns pais stressados. E não demorei muito. Fui lá ter com eles. Perguntei se estavam à procura de uma criança de olhos azuis etc, etc... o pai disse "Sim. Mas ele ainda agora estava aqui.". Disse apenas: "Encontrei o seu filho e entreguei-o aos nadadores-salvadores. Estão ali".

O pai não largou mais o filho. O rapazinho ficou a tarde toda ao colo do pai.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Fenómeno que se passa em Tróia

Em Setembro as pessoas desaparecem da praia de Tróia.
E este fenómeno adensa-se de fim-de-semana para fim-de-semana. Mesmo que estejam 40º à sombra!
Não percebo.

E isto repete-se todos os anos. Não falha.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Truques de mãe

Um dos conselhos que sigo da minha mãe é comprar roupa nos saldos de verão para a criançada, para o Verão seguinte, e a mesma coisa no Inverno. Para a Benedita fiz um "enxoval" jeitoso, com vestidos, macacões, pijamas, camisas de noite, t-shirt. Os valores das peças variaram entre os 10€ e os 15€. Atenção, eu abasteci-me nas lojas de Campo de Ourique e Castilho porque sou uma pirosa com a minha filha. Assumida! A ver se hoje à noite ponho aqui algumas fotos.

Já para o Francisco não tive a mesma sorte, teve direito a 2 pijamas de Verão e nada mais. Não havia nada de jeito. Ou então não estive nas lojas certas à hora certa. O que também é bem possível.

domingo, 1 de setembro de 2013

Um post que é um clássico

A semana passada, portanto ainda em Agosto, comprei os dois primeiros presentes de Natal!
Pensamento positivo, já só faltam mais uns 30...

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Férias leva-as o vento...

No dia a seguir a ter alta do hospital, pirei-me para o norte, para a casa de família do F.
Estava de rastos.

Mas vá-se lá saber porquê achei que deveria estar com boa cara. Branca, esquálida, com umas olheiras profundas, e  para ajudar à festa, a cara inchada (eu parecia o Sponge Bob, uma grande cabeça com umas perninhas lá em baixo) por estar a tomar cortisona.

E só me apercebi realmente do meu estado, quando vi as fotos que o F. tinha tirado. Apanhei um valente susto!

Um tio do F. que fez o favor de espalhar pela localidade toda que eu tinha estado internada (amei!) quando me cruzava com alguém, e me perguntavam se eu já me sentia melhor, e eu "dizia que estava óptima" achava realmente que estava a enganar quem?

O resumo destas férias é um bocadinho diferente das outras: muita praia, muito bom tempo, feirar muito, os petiscos ficaram para outras núpcias (estive que estar a fazer dieta), a Benedita aprendeu a andar, os tios e a avó tomaram conta da criançada e deu para descansar e fazer sestas, muito poucas caminhadas (estava com zero de energia), e zero de televisão e internet (que é das coisas que mais gosto destas férias). Em Tróia tive a visita de 2 amigas + um sobrinho que ficaram acampadas lá em casa. Foi muito giro.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Nunca mais

Alguns hábitos alimentares que tenho vão ter que mudar para sempre. Nunca mais posso comer um bife mal passado, sushi, uma bola de berlim na praia (cremes e molhos em temperaturas duvidosas), tudo o que tenha lactose (inclui leite, gelados, queijos), uma salada fora de casa, presunto ou fiambre é para fugir, fritos só em casa, acabadinhos de fritar em óleo novo. Refeições com dias no frigorifico nem pensar. Tudo isto é uma verdadeira bacteriolândia, da qual tenho de fugir a 7 pés! Refrigerantes com gás proibido.

Posso comer com muita moderação legumes e chocolate. Por exemplo.

Por aqui, o nosso frigorifico e dispensa mudaram do dia para a noite... leite 0% sem lactose, iogurtes de soja ou 0% lactose, manteiga de soja, queijo de barrar sem lactose, os legumes são sempre lavados com vinagre...

E digo-vos que não notam a diferença de um gelado de soja de um normal. Podem fazer o ice-cream challenge cá por casa!

Ah! Posso comer gomas!

Tudo o resto posso comer, sempre com moderação.
Moderação é mesmo a palavra de ordem.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Está tudo óptimo

Depois de mais de 6 meses em modo avestruz, com a minha doença, se calhar isto vai lá com Eno? Se calhar isto passa com o tempo. Se calhar é melhor ir ao médico. Ai tenho tanta coisa para fazer, vou adiar a consulta. Exames. Análises. O meu médico não tem tomates (desculpem lá, mas é mesmo isto) para me dizer o que tenho. Quem o diz é a médica que me fez mais um exame. Assim, sem mais nem menos. Toma lá uma doença crónica. Sim, para sempre. Esta não passa com compridos, nem com o tempo. Não passa.
E depois na consulta o meu médico com os exames todos à frente e nicles. Tive que ser eu a dizer. E ele confirmou. Do melhor.

Fiquei triste. Fiquei com raiva. Que injusto! Logo eu (porque eu?) que sempre tive hábitos de vida saudável, não fumo, não bebo álcool, não bebo café, tenho uma alimentação saudável, faço desporto regularmente... Depois, paciência. Assumi a coisa. Não há volta a dar. Não vou dramatizar porque não tenho saco nem faz o meu género.

Agora, peço a todos os ouvintes que por favor parem de me perguntar com um tom de voz como se eu tivesse 80 anos, e à beira da morte: "Como tens passado?".
Please. Por favor, parem. Perguntem o "então tudo bem do costume?" porque eu não tenho o espírito português "de gostar de falar de doenças" e isto é crónico... portanto não me vão fazer esta pergunta até ao resto dos meus dias, pois não?

Sou igualzinha a vocês, a única diferença é que de manhã quando lavo os dentes, também tomo um comprimido. De resto é tudo igualzinho.

Obrigada.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Últimas histórias do hospital

A velhota-louca de que vos falei no último post, ainda nos brindou a todas as pacientes com um striptease no quarto, na noite em que chegou. Assim, sem mais nem menos, decidiu tirar a camisa de noite do hospital, e basicamente não tinha nada de nada por baixo. Valeu-me a minha localização geográfica, não cheguei a ver nada, porque a cigana entrou logo em acção e carregou na campainha de emergência para chamar uma enfermeira. Lá acalmaram/ vestiram a fera.

Adivinhem onde é que trabalha a ex-namorada do F.?
Pois claro, no hospital onde eu estava internada. Ok, eu sei que não estão juntos há mais de 15 anos, que ela também é casada e mãe de filhos (by the way, com um dos melhores amigos do F.) mas não deixa de ser a falecida. Que disse que me ia visitar quando regressasse de férias. Eu enferma, a receber a visita fresca, fofa e bronzeada da ex. Confesso que não me estava a apetecer, e o destino teve piedade de mim, e a visita da anestesista, não sei porquê, acabou por não acontecer.

Uma prima do F. assim que soube que eu estava internada, apareceu de surpresa no hospital e passou a tarde comigo, uma grande amiga minha já estava escalonada para esse dia. E ficámos as 3 em amena cavaqueira. As conversas foram do mais inocente que possam imaginar... Descobrimos que partilhávamos a mesma pediatra, que a prima trabalha literalmente ao virar da esquina do emprego do F.

E no dia seguinte a prima mandou presentes para mim via F. Um leque (porque eu tive a tarde toda a queixar-me do calor), uma lanterna (para emprestar à cigana que tinha ficado sem tlm, e via a febre às tantas da madrugada ligando a fluorescente, sublinho fluorescente, e eu não conseguia dormir) e ainda um bolo caseirinho feito pela própria para oferecer às enfermeiras e auxiliares (para as engraxar, para me tratarem bem). As minhas visitas foram mesmo TODAS espectaculares.

Senti-me África!


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Velhotas-report FINAL

Tinha mesmo que escrever este post. Por respeito às minhas queridas leitoras que me acompanharam nesta luta! Cá vai.

No domingo, quando regressei ao hospital, e a fazer contas à vida, que é como quem diz, a pensar qual seria a minha capacidade de resistência para mais uns dias de clausura, tentei entrar na rotina. Era muito duro despedir-me das visitas. A partir dali estava sozinha, me, mysellf and I.

Depois de me instalar nos aposentos, ver os emails, ler umas revistas fresquinhas e debater o fim-de-semana com as minhas coleguinhas de quarto reparei que ainda estava uma cama vazia. E comentei em voz alta: "Então ainda não temos uma nova inquilina?"

Bem dito, bem feito. Pouco tempo depois, entrava-nos pelo quarto adentro uma paciente de maca, empurrada por uma dupla de bombeiros.

A coisa parecia que ia ser pacífica, até a enfermeira começar a fazer perguntas à nova paciente.
A velhota vinha acelerada, surda como às portas (a mais surda de todas!) e falava aos BERROS. MESMO. E no fim de cada frase dava uma gargalhada sinistra.

A enfermeira perguntava-lhe o que é que lhe doía, e ela dizia: "ONDE É QUE EU MORO? MORO EM ALGÉS". Uma conversa de surdos pegada. TUDO AOS BERROS. A enfermeira viu-se grega para fazer a triagem. E Lisboa inteira ficou a saber o que é que a velhota tinha.

O problema é que a senhora não queria ficar deitada. A velhota estava excitadíssima. Tiveram que puxar as grades da cama para cima, para controlar a galinha desvairada.

De meia, em meia hora berrava: "TIREM-ME DAQUI. EU QUERO IR MIJAR".
E se os auxiliares não chegavam naquele segundo, a velhota ficava a berrar a mesma coisa, vezes sem fim: "EU QUERO IR MIJAR, EU QUERO IR MIJAR".

Tive que sair do quarto, para ter o meu momento de gargalhada. Não estava a aguentar, era demasiado surreal. Não estava a conseguir parar de rir. Também eu já estava maluquinha!

Não me perguntem como, mas consegui dormir a noite quase toda, mas acordei com uma tremenda dor de cabeça! As minhas coleguinhas de quarto disseram que a velhota não sossegou a noite toda. Eu não dei por nada.

Antes da minha alta, a velhota da gritaria ainda contou uma história de fazer chorar as pedras da calçada, à auxiliar que lhe ajudou a dar banho logo pela manhã. Em síntese, que tinha 13 filhos e que ninguém lhe ligava nenhuma.

Poucos minutos depois, afinal já só eram 12... Esta velha era uma mentirosa de primeira, fingia que chorava, estava literalmente a gozar com as pessoas que a rodeavam. Um descanso, portanto, para quem está internado.

Estou cheia de pena das minhas ex-coleguinhas de quarto...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Capacidade de engolir

Aqui no hospital, na ala dos exames de gastro, numa das paredes do corredor está uma vitrina super antiga com os mais variados objectos que foram extraídos do corpo humano, tudo etiquetado onde foi encontrado. Por exemplo: chave com etiqueta a dizer "esófago". E as coisas que as pessoas engolem...

A lista: 2 pilhas, chaves, moedas (muitos escudos), bocados de dentadura (blargh!), brindes de bolo rei, um tubo de plástico do tamanho do mundo... Fiquei perplexa.

Em alguns casos parece que foi acidental... Mas noutros não era mais fácil tomar uns comprimidos?

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Tive alta!

Tive alta. E portanto este blog vai de férias! Entre hoje e amanhã (sim, porque já tinha feito as malas no fim de semana) piro-me para Viana do Castelo e só regresso a Lisboa no dia 15 de Agosto.
Nem acredito. Finalmente de férias.

domingo, 4 de agosto de 2013

Prazeres estúpidos

Quando se sai à rua, depois de muito tempo internada, certos prazeres ganham uma dimensão parva. A alegria de:

- Apanhar vento na cara.
- Pôr os óculos de sol.
- Entrar em casa às 8 da manhã e ter o meu filho a dar um salto da cama, e correr para me dar um abraço, com um sorriso de orelha a orelha.
- Ver pessoas na rua que não estão vestidas com pijama, robe, chinelos. Tristes.
- O cheiro da nossa casa, a nossa cama, a nossa banheira, o nosso sofá, a minha caneca do pequeno-almoço.

Este fim-de-semana fui a casa, e pela primeira vez, desde dia 19 de Julho, dormi em casa de sábado para domingo. E foi tão bom. Excepcionalmente, o Francisco dormiu na nossa cama. Mimo. Muito mimo, porque esta criança está desnorteada. Ela e eu.

Hoje regressei à base. E já não aguento mais.

A minha mãe quer me pôr a chorar...

Quando me apanha sozinha, ou quando de repente ninguém está a ouvir diz-me (com a lágrima no canto do olho):

"Dava tudo para ficar com a tua doença. Eu já sou velha, bem que podia ficar com a tua doença".

E o que é que se responde a isto?

Tenho que aparvalhar. Digo-lhe que vou ver na minha agenda. Digo-lhe que há coisas piores, para não pensar no assunto.

Depois deste internamento, viro pedra.

Cenário idílico

A nora a tratar da papelada do internamento da sogra.

Conheço muito boa gente que ia amar estar com aquela canetinha na mão.

sábado, 3 de agosto de 2013

Velhotas-Report 2

Hoje sou oficialmente a paciente mais antiga no quarto das mulheres.

A velhota fashion/surda que não usava o aparelho para o ouvido (para não o perder), e que entrou no mesmo dia que eu, teve alta hoje.

Estou a pensar em começar a organizar uma comissão de boas-vindas para as novas pacientes, com direito a bandeirolas, banda e a chave do cacifo. Assim como assim, assumo o papel da presidenta.

Substituições:

Afinal a senhora entubada não chegou a entrar no nosso quarto, não sei se morreu, se teve alta. Por aqui não está.

Entrou uma avózinha-alentejana que fala pelos cotovelos, e que se farta de chorar ao telefone sempre que alguém da família telefona. É de partir o coração.

E entrou uma senhora quase com 50 anos, com um ar super doente, com uma tendência para a depressão, e que só fala em crepes. E que só fala da doença... e é ultra pessimista. M-e-d-o. Fujo de pessoas assim.

Elogio ao hospital

As enfermeiras, e os enfermeiros deste hospital, são ultra-incansáveis, disponíveis, simpáticos, atenciosos e com muita paciência para nos aturarem. Não tenho elogios suficientes para esta equipa. São fantásticos. Vê-se que gostam do que fazem, que nasceram para isto. Vocação pura. Imaginam o quanto isto ajuda a um paciente internado?

Já os médicos o caso muda de figura. O currículo extenso não chega. Não somos números, somos pessoas (eu sei que é cliché, mas infelizmente ainda com muita razão). Sou seguida por uma equipa de 3 médicos, e o mais cromo e supra-sumo é o que tem mais falta de tacto, o segundo médico também é um cromo mas gosta de falar com os pacientes, e de explicar as coisas como elas são,sem pressas e com toda a disponibilidade que tem, e por fim a terceira médica que deve ser da minha idade, é uma simpatia, super atenciosa, competente e vem visitar-me todos os dias. É a minha psicóloga e serviço.

E por fim, as auxiliares, que são as que fazem o "dirty work", que é como quem diz: fazer as camas, tratar das arrastadeiras, dar banho às velhotas, levar os pacientes em cadeiras de rodas para os exames... E aqui a fauna e a flora muda de figura: temos senhoras extremamente mal-educadas, mal-formadas, posso dizer histéricas? (pronto já disse) e depois temos outras senhoras que são simplesmente um doce, que cumprimentam cada paciente, fingem bem que sabem os nossos nomes.

E estas são as personagens que povoam actualmente a minha vida.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Não é suposto os pais ficarem doentes

Para além da angústia de estar internada e de não encontrar um tratamento que resulte comigo. Vamos já saltar esta parte. O que me angustia mesmo é o facto de não conseguir tomar conta dos meus filhos. Sinto-me uma inútil.

A Benedita está literalmente a um passo de começar andar, e eu não vou ver.

O Francisco pergunta cada vez mais por mim, e já não se fica com a explicação "a mãe está a trabalhar" agora, entre outras coisas, perguntou ao pai: "A casa não é também da mãe?".

O F. está metido em sarilhos, e eu estou a ver que o Francisco começa a ficar traumatizado.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Novo tratamento

Comecei um novo tratamento ontem. Tudo a torcer por mim sff.
Também podem rezar, acender velas, fazer figas, you name it...

Velhotas-Report

Esta é a nova rúbrica do blog,para que fiquem a par de todas as expulsões do quarto mais famoso do país!

A velhota surda número 2, já teve alta. Nem chegou a aquecer o lugar, passou cá 2 noites e pirou-se.
A velhota dos 6 filhos vai ter alta hoje, a única filha que realmente lhe liga, e visita, vem buscá-la hoje.

Substituições:

A minha nova velhinha do lado é tão magra, tão magra, que tem que usar creme para aliviar as dores da extrema magreza. É super simpática.

A velhota que vai entrar hoje no quarto, está toda entubada, com um ar às portas da morte. Faz mesmo muita impressão. Estou mesmo a ver que a senhora vai morrer aqui no quarto. E vai ser como aquele filme dos anos 80, "O fim de semana com o morto" com a pequena diferença que não me vai dar para rir... E mais uma que tem alta!

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Medo do escuro

Se há coisa que tenho é medo do escuro. Até na minha própria casa, quando a meio da noite tenho que me levantar para ir acalmar os meus filhos que estão a chorar. Mas aqui no hospital tive mesmo que combater esta parvoíce. Não tive outra hipótese.

O hospital onde estou internada é de 1800 e tal (não, não é uma metáfora, é mesmo esta data), portanto é o cenário perfeito para um filme de terror. À noite desligam todas as luzes da nossa ala, e no corredor ficam apenas 2 luzes de presença minúsculas instaladas nos rodapés, mais as luzes das casas de banho dos homens e mulheres (que é no fim do corredor, pois claro!).

Duas das noites que passei em claro, fui-me sentar nas cadeirinhas à porta da casa de banho das senhoras para conseguir ler, e passar o tempo. Agora imaginem, uma das minhas coleguinhas de quarto apanhou um susto comigo, porque quando virou a esquina do corredor para o wc, estava lá a múmia da Raquel de perna cruzada a ler um livro.

Para castigo, aconteceu-me o mesmo. A única diferença é que era um homem, de pijama, com ar acabrunhado, sentado lá no dito banquinho, à porta da casa de banho das mulheres (quando o wc dos homens é o penúltimo no corredor). Morri de medo. Mas tinha mesmo que ir à casa de banho, e entretanto ouvi os passos do homem a afastar-se.

Acho que depois desta, estou pronta para ser guarda nocturno!

terça-feira, 30 de julho de 2013

Flash Mob Papal

Fui sou eu que achei que a visita do Papa Francisco ao Brasil virou arraial? Que a excitação de o receber tomou proporções ridículas? Segui minimamente os dias da sua visita, e aquilo mais parecia a abertura dos Jogos Olímpicos. E o culminar de tanta loucura desmedida? O Flash Mob Papal. Eu estava incrédula, boquiaberta a ver as imagens na televisão. Nem o Ricardo Araújo Pereira conseguia lembrar-se de um sketch tão bom.

Agora comparem a nossa recepcção ao Papa Bento XVI no Terreiro do Paço, e a do Brasil ao Papa Francisco...acho que a única coisa em comum foi o facto de os papas estarem os dois de branco...

Mudar o nome do blog

Assim como assim eu nunca mais saio daqui, nem tenho uma data prevista (que é sempre animador), estou a pensar em mudar o nome deste blog para "Conta-me uma história no hospital". O que é que acham?

E pronto assumo de uma vez por todas a temática da minha nova casa. Estou até a pensar entrar no look-hospital, aproveito os saldos e compro um robe (já com borboto e tudo), uma camisa de noite rosa-velho daquelas até aos pés, um chinelo daqueles felpudos com bordados pirosos. E depois é só andar desgrenhada.

Aceitam-se sugestões de nomes para o blog.

Hoje estou nesta animação toda.

45 kg

Já ouvimos falar das dietas dos 30 dias, dos 2 dias, da tia Roquette, da alcachofra eu sei lá... Mas se querem mesmo emagrecer é fazer a dieta do hospital. Não falha.

Neste fim-de-semana que estive em casa, ganhei coragem e subi à balança, estou a pesar 45kg! Até me vieram as lágrimas aos olhos, não de alegria, mas de tristeza. Não me lembro alguma vez de ter pesado tão pouco nos últimos 20 anos. Para conseguirem visualizar os números melhor, meço 1,57cm, e costumo pesar 48kg. O meu novo peso é uma violência.

Para quem quer experimentar a minha dieta, aqui do hospital, aqui vão todas as informações:

Pequeno-almoço: 1 carcaça com doce de pêssego + 1 copo de leite meio-gordo sem lactose.
Meio da manhã: 1 pêssego em calda + 2 tostas médias sem nada.
Almoço: 1 sopa de legumes triturada + bife grande grelhado + arroz ou massa + 1 cenoura cozida (só como carnes brancas). 1 peça de fruta (pêssego em calda ou pêra cozida ou maça cozida ou banana)
Lanche: igual ao pequeno-almoço.
Jantar: sempre peixe branco, cozido ou grelhado, e o resto é igual ao almoço.
Ceia: 1 copo de leite sem lactose, 4 tostas médias com doce de pêssego.

Nota: pff variem no doce, o meu dietista é que deve ter uma pancada forte com o pêssego.

Nota 2: como já devem ter reparado, nada de sobremesas, e a bebida que me dão varia entre água e sumo de maça. Também não há café para ninguém. Não há vícios para ninguém.

Nota 3: as quantidades são de um adulto normal.


segunda-feira, 29 de julho de 2013

Riscos nos relógios

Comprei há quase um ano atrás, na Swatch, uma bisnaga que prometia tirar os riscos dos relógios, de seu nome Poliwatch. Agora que não tenho nada que fazer, experimentei, e funciona mesmo!

Para quem risca os relógios todos como eu, aqui está uma boa dica. A bisnaga custa cerca de 5€, é pequenina (mais ou menos do tamanho de um frasco de verniz) mas dá para limpar muitos swatchs, já que a quantidade de creme utilizada, também é reduzida. Ainda não sei se funciona noutras marcas, mas lá chegaremos.


Novas companheiras de quarto

Pois é, as minhas velhotas tem todas baixa, e eu vou ficando para semente.
A velhota que ressonava que se fartava, teve alta.
A velhota que estava sempre com frio, teve alta.
A velhota que só bebe líquidos teve alta no fim-de-semana, mas tem só que vir cá ao hospital passar mais uma noite, por prevenção, e depois vai à sua vidinha.

E eu aqui.

As novas personagens no meu quarto são: mais outra velhota surda (quando tento comunicar com esta, tenho que falar tão alto, que era capaz de jurar que as paredes estremecem) e a cereja no topo do bolo... uma cigana da minha idade. E portanto, já estão a imaginar a confusão, o barulho, o arraial de entra e sai, num quarto que já de si é pequeno, e que está cheio de camas e pacientes e visitas de outros pacientes. É a loucura absoluta.

Fujo a sete pés deste caos. Vou sempre para a sala das visitas. É impossível descansar a cabeça ali.

Das várias vezes que tive que ir ao quarto buscar qualquer coisa, uma das vezes a paciente cigana estava a dormir na cama, e estavam 3 mulheres, cada uma sentada numa cadeira, à roda da cama (como se estivessem à frente da lareira) de braços cruzados. Todas em silêncio.
Sinistro.

E eu, na minha ingenuidade, toda contente, a achar que ia ser tranquilo, porque a cigana é do Alentejo, e portanto a família estaria muito longe para a visitar. Hoje, até veio uma prima de Braga, sim leram bem, só para visitá-la.

E depois a ironia de outra velhota que está no nosso quarto, que tem 6 filhos, repito 6, já para não contabilizar netos e afins... E praticamente só recebe visitas ao domingo, muitas delas, claramente em sacrifício. A senhora, coitada, justifica-os dizendo que os filhos moram muito longe (tipo Sintra ?!) e que têm vidas muito ocupadas, têm que trabalhar. Os nossos velhotes são muito mal tratados. É uma tristeza.

Saí à rua

Desde quarta-feira que estava a ficar bastante deprimida por não estar com os meus filhos e com o F. E como é que isso se reflectiu? Deitava-me às 23h e acordava às 2 da manhã completamente desperta, ficava a ler, a passear na net para passar o tempo, isto até às 6 e tal da manhã, na maior, sem ponta de sono. E não dormia mais o resto do dia... Uma das médicas que me acompanha, alertada pelas enfermeiras deixou-me ir este sábado e domingo a casa. Saía do hospital às 07h00 da manhã (quando recebia a minha primeira medicação intravenosa) e depois tinha que regressar às 18h00 (para receber a segunda dose e ficar para dormir).

Feita à introdução, imaginam a minha alegria ao sair do hospital?

Saí de madrugada do hospital, e em passo acelerado, parecia que ia fugir à polícia, apanhei o táxi para casa, e fui na maior alegria a apreciar a paisagem da A5. Cheguei a casa e estava tudo a dormir. Fui espreitar a Benedita ao berço, depois fui ao meu quarto e estava o Nico a dormir na cama com o F.
Perfeito.
Mudei de roupa, enfiei-me na cama, e fiquei ali a vê-los dormir, a fazer festinhas no cabelo do Nico, a dar-lhe beijinhos e um abracinho. E quando o Nico acordou eu estava mesmo ao lado... o ar incrédulo é difícil de descrever.
E para o "compensar" dei-lhe um presente do tamanho do mundo, uma garagem toda xpto.

O resto do dia é fácil de adivinhar... As minhas crias estiveram o tempo todo em cima de mim, atrás de mim. Cola pura.

O fim-de-semana passou a correr, e agora é arranjar forças para ficar mais uma semana sem os meus filhos, enfiada nesta clausura.

domingo, 28 de julho de 2013

Bastidores do hospital

Calculei mal a roupa que deveria ter levado para o hospital. Pedi ao F. que me trouxesse as t-shirts que encontrasse lá por casa. Só encontrou uma, com a Mona Lisa a fumar um charro. Really?

Encomendei-lhe um verniz, as únicas informações que dei foram (um verniz rosa, marca sephora). Apareceu-me todo orgulhoso no hospital com 4 frascos de verniz da marca que tinha pedido, um rosa, um verde, um pérola e um cinzento. Por 4 vernizes pagou 5€. E ainda dizem que os homens não sabem fazer compras.

O F. tem sido o verdadeiro pombo-correio, á noitinha envio-lhe uma mensagem com os meus "discos pedidos" e a mercadoria não desilude (tirando a t-shirt da Gioconda), lá vem a acetona, o esfoliante, os cotonetes, a tesourinha... Carrega-me o telemóvel, vai ao quiosque buscar revistas que não lembram ao careca. Sai do trabalho e vem ter comigo ao hospital, fica por cá até as 21h00, depois vai buscar a criançada aos sogros, trata deles, outras vezes já estão tratados, e tenta curtir um bocado a criançada. E assim corre a nossa vida... E eu aqui no hospital, feita múmia. Estou a escrever este post e está a doer-me a alma.

A dieta do pêssego

Cada paciente no internamento de gastro tem uma dieta especifica, ninguém no meu quarto come a mesma coisa. A mim, calhou-me na rifa o pêssego. E nem os meus médicos que me acompanham, percebem muito bem porquê. O meu dietista (atenção não confundir com nutricionista), é um porreiraço, magrinho que só ele, deve ter mais ou menos a minha idade, trata-me por tu, e faz-me comer pêssegos como se não houvesse amanhã.

Como um pêssego em calda a meio da manha. Ao almoço como um pêssego em calda á sobremesa, ao lanche barro as minhas tostas com doce de pêssego ou marmelada de pêssego ( que nem sabia que existia) e assim vai a minha dieta. Tudo o resto é o clássico: peixe cozido e amigos, sopa sem graça nenhuma (espessa como eu não gosto), bife grelhado, frango grelhado, gelatina (que dou sempre ao F. porque para mim só gelatina royal), arroz, cenoura cozida. Eu que já estava enorme, vou sair daqui a parecer uma folha de papel.

Um grande bem haja para todas as mulheres que estão a fazer dieta.

Olá, eu sou a Raquel, tenho 34 anos, e nao como um único doce desde sexta-feira, dia 19 de Julho... acho que vou entrar para o Guiness.

sábado, 27 de julho de 2013

As companheiras de quarto

Quando estava a dar a entrada do meu processo no hospital, reparei que na dita sala estava um quadro duplo com a informação sobre os pacientes que estavam internados dividido por: quarto das mulheres e o quarto dos homens. E no quarto das mulheres a idade média rondava entre os 70 e os 80 anos. Salvo uma paciente, eu com 34. Pânico.

E se quando cheguei fiquei sozinha num quarto com 4 camas. Logo, logo uma paciente teve alta e passei a minha primeira noite, e as restantes, num quarto com mais 5 companheiras.

Temos a senhora que ressona alto e bom som, e eu não consigo dormir (só de tampões nos ouvidos), temos a outra que dorme vestida de robe, mais manta e está sempre com frio e a pedir para fechar as janelas (o quarto é um verdadeiro forno, não imaginam), temos a outra que raramente sai da cama e está de olhos abertos a olhar para o tecto (tem 6 filhos mas recebe muito poucas visitas) e, depois a 4a senhora que sonha com sardinha assada, e salada de polvo, e peixinhos da horta e coisas que tais (porque só tem ingerido iogurtes, batidos e chás no último mês da sua vida), e por fim a senhora surda, que não põe o aparelho no ouvido para não o perder (porque foi muito caro) e é também a fashion victim do pedaço, com camisas de noite todas para a frentex com girafas e robes orientais. E depois temos a "jovem" que sou eu, que desfila pelo hospital de boxers/ calções e t-shirts e havaianas (e que se recusa a usar robe porque é deprimente), tem pilhas de leitura na mesinha de cabeceira, e ajuda as velhotas a subir a cama, a puxar o estore, a apanhar coisas do chão, a aumentar o volume da tv...

Entre sestas, leituras e tv ainda falamos dos filhos, dos programas histéricos da tv portuguesa, das doenças (pois claro), vemos com muita atenção os noticiários da 13h e das 20h, debatemos tudo sobre o bebé real e tudo o que for o tema do momento. E assim passam os meus dias...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O português

Desculpem lá qualquer coisinha mas ando a escrever os últimos posts num iPad e, ainda não percebi muito bem a cena dos acentos. Umas vezes dá para por outras nem por isso. É preciso é ter calma.

É isso...

Ontem á tarde tive que fazer um exame, fui sedada para que todo o processo fosse tranquilo. Entretanto, quando o exame acabou, levaram-me de cadeira de rodas para o meu quarto. Deitei-me, completamente podre, e ferrei a dormir.

De repente, dei por mim com uma tia á beira da minha cama, apareceu no hospital de surpresa. Eu estava completamente atordoada, não me lembro de quase nada da conversa que tivemos no quarto mas lembro-me de um pergunta:

"O que é que vos deu (aos sobrinhos) agora para dar nomes católicos aos vossos filhos? Ele é  Francisco, Benedita, Mateus...?"

Não me lembro da minha resposta mas achei piada á pergunta.

Tortura

O Francisco não sabe que estou no hospital. Para ele eu estou a trabalhar. Hoje consegui falar com ele ao telefone (está zangado comigo porque eu nunca mais apareço) e ele do alto dos seus 3 anos e meio perguntou com voz triste "quando é que eu acabava o meu trabalho? Quando é que íamos para Viana (aka férias) ?". E eu juro que não sei como é que não desatei a chorar enquanto lhe dizia (e me dizia) que estava quase...

Não aguento mais. Tirem-me daqui!

Os mimos

Todos os dias tenho visitas. Família e amigos revezam-se para me fazer companhia. E porque estou a precisar de mimos, as visitas-fofinhas trazem-me revistas, palavras-cruzadas, anedotas, patinhas, livros, portátil com filmes incluídos, iPad com net grátis, pen com mais filmes, vernizes (encomenda que fiz ao F.), tampões para os ouvidos (porque uma das minhas companheiras de quarto ressona tanto que manda o hospital abaixo), elástico para o cabelo.

E claro, tive muitas propostas indecentes de comida (mas só posso comer comida de dieta do hospital) e até uma proposta legal de comida sem lactose e glúten (de uma amiga especialista). Tive que recusar. Quando sair daqui vingo-me. Santini, me aguarda!

A família e os amigos

Ninguém sabia que eu andava doente, nem o meu pai (só para terem uma ideia). E assim de repente tive que partilhar com o mundo que estava internada. Método utilizado? SMS. Caiu-me tudo em cima. E com razão. Toda. Mas não tenho jeito para estas coisas.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O check-in

Tudo foi um choque. O facto de ser internada (nunca pensei), o hospital, o facto de partilhar o quarto com mais 5 pessoas, o facto de achar que me ia pirar em três tempos (e vou ter que ficar internada pelo menos até segunda-feira), de ficar sem ver os meus filhos 2 semanas (já a contar com as ferias que passaram com os avos) de ficar enfiada num quarto 24 horas sobre 24 horas...

Internamento

Na sexta-feira de manha liga-me o medico para o telemóvel.

Medico: "Raquel como sabe os tratamentos gastro que fizemos não estão a fazer efeito. Hoje vai ter que ser internada. Tem que entrar no hospital até ao meio-dia."

Eu: "Nao da para ser depois do fim-de-semana?"

Medico: "Não."

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Sobre as rugas. Really?

Li na Vogue que uma das formas de evitar rugas é... "(...) dormir de costas. Se dormir de lado vincará a pele. Ao longo do tempo, os vincos fixam-se, transformando-se em rugas indesejadas."

A sério, eles inventam com cada coisa! Eu, claro, adoro dormir de lado... E quero lá saber, já tenho tanta coisa com que me preocupar, agora já nem se pode dormir descansada! Alguém consegue dormir a noite toda na mesma posição? E a posição do morto (aka dormir de costas) não me parece nada confortável. Vá...

domingo, 21 de julho de 2013

Uma semana sem filhos

Dia 1
“Ah! O silêncio! Já nem me lembrava que dava para ouvir os pássaros lá fora…”
A fazer zapping na TV deixei inconscientemente nos desenhos animados.
Fico 30 minutos no sofá a descansar a fazer absolutamente nada.
Uma amiga vai jantar lá a casa.

Dia 2
Estou sem nada para fazer. Vou aproveitar para fazer milhares de coisas na rua.
Durmo a sesta antes do jantar.

Dia 3
Isto está um bocado silencioso. Estão-me a fazer falta os batuques na mesa da Beni, o barulho dos carros do Nico a cairem no chão. Preciso de mediar um conflito fraternal.

Dia 4
Estou tão descansada que acordo mais cedo sem despertador. Faço milhares de coisas de manhã cheia de energia. Arranjo-me com tempo. Jantar fora em família.

Dia 5
Foi muito giro mas estou a morrer de saudades da minha criançada. Preciso de trincar as bochechas do Nico e da Beni. Preciso de abraçar as minhas crias. Preciso de passear a Beni pelo dedo, preciso de fazer macacadas com o Nico.

sábado, 20 de julho de 2013

Sobre os saldos.

Actualmente muito fraquinhos, os ditos “descontos” são mesmo ridículos. Quase que não compensa o colar da nova etiqueta. A Zara é o exemplo mais flagrante nesta altura.
Não sei quanto a vocês, mas sempre que entro numa loja, principalmente nos saldos (mas não só) penso mil vezes “não posso comprar nada azul-escuro, não posso comprar nada azul-escuro, não posso comprar nada azul-escuro…”. Não que seja a minha cor favorita, mas as peças que costumo gostar têm sempre as mesmas cores disponíveis, e quando dou por mim, lá estou e eu a levar mais uma peça azul escura para casa. Assim de cabeça, lembro-me de 3 vestidos azuis escuros pelo joelho, 2 macacões azuis escuros de perna comprida, uma saia azul escura. Enfim a lista é extensa.

Até agora as aquisições estão a cumprir os 2 únicos requisitos: não têm a cor proibida e com bons descontos e/ou estava mesmo a precisar.


A minha mais recente aquisição são estas sandálias da Fly (em azul), e tenho cá para mim que vou descobrir o verdadeiro significado da palavra quando me espetar ao comprido na típica-escorregadia calçada portuguesa.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A música do momento



Boa sexta-feira! Correcção: Afinal fico-me por Lisboa mesmo. É castigo que é para não andar a escrever posts adiantados.


A nossa vizinha do andar debaixo é um espectáculo

Naquelas noites de calor que se fizeram sentir nas últimas semanas, nós deixávamos uma fresta da janela do quarto da criançada aberta. Na tentativa vã de fazer o ar circular. Numa dessas noites, antes do jantar a nossa vizinha do andar de baixo tocou-nos à porta. Estava lá em baixo, à entrada do prédio, e informou-nos que o nosso filho estava a atirar brinquedos pela janela. Reparem que não pus ponto de exclamação (porque a nossa vizinha é a tranquilidade em pessoa). E para quem não sabe, eu moro num 7º andar (dos altos).

O Francisco rifou um bebé da Benedita, um carro do tamanho de uma palma da mão, daqueles pesados de plástico duro e ainda uma ferramenta da sua mala de "ménico-doutor". E não acertou nem em pessoas, nem em carros.

O F. estava sozinho em casa com a criançada, e pediu à vizinha se podia guardar os brinquedos em sua casa (sim pusemos a vizinha à pesca dos brinquedos na rua) e depois passaríamos lá por casa a buscá-los. O que acabou por não acontecer porque a vizinha passou lá por casa a deixar a mercadoria.

A vizinha debaixo é super simpática e acessível, já tivemos uma fuga na casa de banho e ele pedia-nos com todo o jeitinho para resolvermos este problema o mais breve possível. Os novos vizinhos da frente ninguém dá por eles, os vizinhos de cima usam a casa como uma 2ª casa. Só não tivemos sorte com os vizinhos do lado... reciclávamos o cão, os adultos e ficavam só os filhos.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Rendida ao Pinterest

Tenho conta no Facebook mas não sou nada viciada. Posso ir de férias, fugir para a outra ponta do planeta que não sinto a menor falta.

Cheguei a abrir uma conta no twitter,mas fui lá duas ou três vezes. Simplesmente perdi-lhe o rasto.

Tenho Blog mas tenho pena de não ser tão disciplinada, ao ponto de escrever todos os dias um post. Gostava mesmo. Às vezes vou ao meu blog para ver se por alma e graça de espirito santo apareceu lá um post. É que escrevo muitos na minha cabeça, e só metade chegam ao mundo virtual.

E agora, e para variar, estou fã do Pinterest! Já abri a minha conta há um mês ou dois, recebo novidades no meu hotmail, e são verdadeiras fontes de inspiração.

E para quem não sabe o que é o Pinterest, a wikipedia tem uma boa definição:

"Pinterest é uma rede social de compartilhamento de fotos. Assemelha-se a um quadro de inspirações, onde os usuários podem compartilhar e gerenciar imagens temáticas" no meu caso escolhi os temas: crianças, decoração, fotografia, free printables... No fundo é uma rede de ideias sobre tudo e para tudo, do mundo inteiro.

"Cada usuário pode compartilhar suas imagens, recompartilhar as de outros utilizadores e colocá-las em suas coleções ou quadros (boards), além de poder comentar e realizar outras ações disponibilizadas pelo site.

Com fácil layout e rápido crescimento, tornou-se um novo meio de compartilhamento de imagens na internet. Foi eleito um dos melhores websites de 2011 pela revista Time".

Do que é que estão à espera?


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Benedita



Desde que o membro mais novo da família fez 1 ano, que ando para lhe dedicar um post (e já lá vão quase 4 meses de atraso). E só vos digo que não está fácil, não quero cair nos clichés, nas lamechices, mas de facto é inevitável. Costuma-se dizer "que não há amor como o primeiro" mas com os filhos o caso muda de figura.

Se há coisa que não percebo, é como é que é possível um pai preterir um filho ao invés do outro, beneficiar um em detrimento do outro? Sou filha única mas mãe de dois. E um dos meus grandes objectivos é que quando eu e o F.não estivermos cá para o que der e vier... que eles sejam os melhores amigos um do outro, pai e mãe num só, o braço direito, o pé esquerdo... you name it. Não sei o que é ter um irmão de sangue mas acho que idealizei bem a coisa.

E já fugi do tema principal, a Benedita, a sua vinda ao mundo começou envolta em alguma polémica, não só porque as reacções da família foram mais de espanto e/ou estes não tem TV em casa, passando pela escolha do nome, nada consensual. Depois decidiu nascer no meu último fim-de-semana de descanso, maior que o irmão em altura e peso, chegou ao mundo com a cara toda negra (o que nos impressionou a todos), e só com um dia de vida já estava a entrar num estudo do Hospital onde nasceu. Agarrou-se à mão do médico-estudioso com uma força que o impressionou.

Esta criançola "é de raça",e agora estou a citar a pediatra, e tenho cá para mim que vai longe.



terça-feira, 16 de julho de 2013

Ou cuco ou mocho

O F. diz que estou demasiado magra, que ele que me vê todos os dias, nota isso.

A empregada de uma amiga minha disse que tinha quase a certeza que eu estava grávida, que eu estava com cara disso.

Eu digo que estou na minha pior forma de sempre, muito magra, muito cansada e quase, quase a cair da tripeça. Estou exausta, e a precisar de férias! Um terceiro filho vinha mesmo a calhar.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Continente online

Somos bichos de hábitos, acomodamos-nos ao incómodo, ao trabalho desnecessário, a rotinas que não lembram ao diabo. Desde que nasceu o Francisco, e depois a Benedita eu e o F. arranjávamos grandes esquemas para não ter que os levar também ao supermercado, o problema é que depois atolados de compras, tínhamos também que carregar a criançada até casa. Muito prático como já estão a visualizar.

Esta semana caiu-me a ficha e fiz finalmente as minhas primeiras compras de supermercado online. E estou encantada. Eu que estou sempre a ver onde é que posso poupar, não me choca nada a taxa de 6€ para levarem as compras lá a casa. Na realidade, teria de gastar gasolina para me deslocar ao supermercado, perder pelo menos 1 hora do meu tempo precioso, carregar itens e família. Para nos "adoçar" a boca, o continente online oferece ainda um saco com amostras/ produtos, e só aqui já os 6€ estão mais que devolvidos. No nosso caso ofereceram um elixir, um pacote de tempero, uma água de sabores, uma amostra de creme hidratante e 2 vales de desconto.

Ah! E ainda dá para comprar os produtos da Farmácia Wells (que tem de longe preços mais competitivos que as farmácias tradicionais), o que para quem tem filhos e compra também produtos de beleza aqui, é simplesmente espetacular.

Estou fã. Agora ainda temos que fazer ajustes à nossa lista de compras e uma vez por mês é só carregar no enter.


domingo, 14 de julho de 2013

Se estão a ler este post

é porque estou oficialmente uma semana, sim leram bem, uma semana sem filhos! Foram recambiados, felizes e contentes para Tróia com os meus pais. Uma versão campo de férias mas em família.
Vai ser tão bom! Para todos, bom para mim pelo menos. Que ando de rastos! Eu se me encostar aqui ao portátil, ferro a dormir. Se fechar os olhos em andamento, em plena luz do dia, sou menina para dormir em modo sonâmbulo. Vou ali carregar baterias e já volto.

Era só para dizer...

que o Mateus chega em Dezembro. E eu já reservei o meu bilhete! Não vou dizer que escolhi os lugares da fila da frente, porque a coisa pode soar esquisita. Vá...

sábado, 13 de julho de 2013

O fenómeno da Mexicana

Os empregados mal se dignam a aparecer na esplanada, porque dá muito trabalho. Quando aparecem, lá se lembram que estão clientes à espera há horas, nem um sorriso, nem um cumprimento. Acho que é suposto serem mal-educados mesmo. Só pode ser requisito de contratação.

Os bolos não prestam, de todas as vezes que lá fui, a única frescura existente era na ventania que se fazia sentir na rua. Variedade de bolos nem vê-la. Em contrapartida, muitos tabuleiros cheios de bolachas de 1997 (no mínimo).

Para pagar temos que esperar também. Séculos. Acho que na última vez que lá fui passei a meia-noite à espera da conta...

E estava eu com os meus pais, os meus filhos e o F. a ter precisamente este discurso, e a perguntar ao F. "O que é que eu estou a fazer nesta pseudo-pastelaria?". Resposta pronta do F. "Porque é um clássico!".

O F. lá me fez a vontade e descemos um pouco mais a Guerra Junqueiro, e lanchámos numa pastelaria de jeito.

Confesso que não percebo como é que esta pastelaria ainda sobrevive... como costuma dizer a minha mãe: "Ganha fama e deita-te a dormir".




sexta-feira, 12 de julho de 2013

Bastidores e outras estórias do Baptizado

O F. ficou incumbido da tarefa de ir comprar os pratos e copos de papel para a criançada. Regressou do IKEA com copos e pratos azuis com ananáses. Really? O baptizado da Beni, onde a única exigência que eu tinha era que tudo fosse cor-de-rosa… quase que virava festa tropical! O F. não percebeu o meu aborrecimento.

Na véspera do baptizado, tivemos a festa de encerramento do ano lectivo do Nico. Um mega arraial que começava a partir das 18h00. Com tantas datas… tinha que calhar nesta. Claro que fomos, e ficámos até acabar, lá para as 23h e tal. Uns doidos.

À última da hora o F. lembrou-se que não tínhamos concha. Não encontrávamos a do Francisco, e lá por casa tudo tem que ter significado. Sondámos a família mais próxima, e concluímos que essas modernices de ter uma concha própria, são invenções de agora, lá está, e ninguém tinha concha. A nossa amiga beata-de-serviço deu-nos uma dica perfeita, o Padre Valter, que iria celebrar a cerimónia, gosta da opção de usar uma vieira. E lá me lembrei, que sim tínhamos muitas em Tróia, mas nenhuma em Lisboa… excepto uma, que a minha mãe tinha trazido há alguns anos de Santiago de Compostela! E no próprio dia arranjámos a concha.

A avó bordou a toalha, com um ponto tão especial que nem me lembro do nome. Repetiu-se a tradição de fazer a toalha de raiz, comprar o tecido, fazer bainhas,pontos XPTO, bordados e as iniciais da Beni.


A madrinha escolheu uma vela muito catita, onde mandou gravar o nome da Beni e a data do baptizado, e com medo de se esquecer da vela no dia do evento, deixou-a no carro. Com as altas temperaturas que se têm feito sentir, a vela ficou corcunda, e não voltou a ficar direita. A madrinha acabou por regressar às Velas do Loretto,e comprou uma nova versão. 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Papelada


Sou uma pessoa muito prática, o que faz com que não tenha muita paciência para muita coisa, e que não desperdice tempo e recursos em coisas pouco úteis. Esta conversa toda para dizer que não compreendo esta nova moda das festas de crianças, todas ultra-hiper-mega-decoradas cheias de tralha na mesa, nas paredes, em todo o lado, papel e mais papel por todo o lado. Florestas e florestas devastadas para nada. Tanto papel que ficaria muito mais bonito em modo tronco e folhas. Já para não falar na desilusão que é quando nos aproximamos realmente da mesa, onde supostamente estão os doces e salgados, perdidos/ embrulhados/ disfarçados no meio do papel. Vai se a ver e no pratinho chique e fino só está um cupcake, e como é feio tirar o último “item” do prato, o dito cujo permanece imóvel no seu posto até ao fim da festa. Sou muito sincera, quando já sei que vou passar fome (e quem me conhece sabe que como muito pouco) como em casa antes da festa. Assim escuso de mudar de cor, para um verde-fome, permaneço feliz e contente, super chique, com um amendoim na mão a tarde/ noite toda.

Aqui ficam alguns exemplos. Dou um prémio a quem encontrar comida com substância. Boa sorte para vocês.


Sono, onde estás tu?

Sempre tive a sorte de dormir lindamente, assim que me deitava adormecia ferrada e só acordava no dia seguinte. Até que chegou a pandemia......