A taxista que
me levou para o hospital ia a ouvir alto e bom som discos pedidos de Fado! Um
mais triste que o outro. Não ajudou. Abri a janela até às entranhas da porta
para ver se as minhas lágrimas voltavam para dentro, mas a dita taxista
mandou-me fechar a janela porque estava com não sei o quê nas costas. Fechei a
janela, e ela com a maior das latas com o janelão todo aberto.
No hospital, o
Francisco voltou a passar por menina. Duas vezes!
Primeiro
quando íamos no nosso périplo de cadeira de rodas até ao piso de pediatra, um
auxiliar do hospital meteu conversa com o meu filho para ver se ele parava de
chorar. Uma das deixas tipo foi qualquer coisa como “Uma menina tão bonita a
chorar… blá…blá”. Corrigi-o. À despedida, o senhor voltou a usar “o feminino”.
Corrigi-o. Aposto que sem sucesso.
Já no quarto,
pedi que nos entregassem uma toalha para dar banho ao Nico. E estava a demorar.
Entretanto aparece uma auxiliar à porta do quarto e diz “Já é a segunda vez que
aqui venho para entregar uma toalha a um Francisco que vai tomar banho, mas eu
aqui só vejo uma menina!”. Corrigi-a.
Assim que
aterrámos no quarto do piso da Pediatria duas enfermeiras vieram falar comigo,
uma delas disse: “Acho que já nos conhecemos, a sua cara não me é estranha”.
Expliquei-lhe que estão sempre a dizer-me isso. E de facto não nos conhecíamos
de lado nenhum.
Nas noites que
o F. ficou no hospital com o Francisco custou muito sair do S. Francisco Xavier
e deixá-los lá (a Benedita ficou com os meus pais durante esta temporada) e
depois ir para casa à noite. E não ter ninguém em casa. Silêncio total.
Como o
Francisco pegou a tosse à Benedita e apesar da mais nova já estar a tomar
antibiótico achámos por bem tirar as dúvidas e levar a Beni às urgências. A
nossa filha fez o Raio-X mais fofinho da história! Portou-se muito bem.
No penúltimo
dia o Nico já estava a ficar bem-disposto o que equivale a dizer irrequieto. Só
queria ouvir música e fartou-se de rir com as nossas macacadas. Pedia- cócegas.
Na manhã que saiu do hospital dançou a música “Gangnam Style” em pé na cama,
agarrado a dois balões (há foto).
Queríamos que
se sentisse em casa… levámos uma catrefada de brinquedos para o hospital. Como
não se calava com os balões (no dia que fez anos enchemos a sala de balões), o
F. levou também balões vazios para o hospital encheu-os lá. Estava o arraial
montado.
As enfermeiras
foram/ são super queridas, super atenciosas. A médica das urgências sempre à
defesa, a médica de Pediatra tranquila a explicar tudo ao milímetro.
Á saída do
hospital tirou uma foto com o Panda (o do canal). Está um Panda de peluche,
enorme, tamanho XXL, à entrada dos quartos do piso de pediatria.
O Francisco
estava tão contente de estar em casa que arrumou os brinquedos sem ninguém lhe
pedir nada.
2 comentários:
Ainda bem que já estão em casa. E as crianças têm uma enorme capacidade de se adaptarem e de ficarem felizes com uns balões e amor dos pais. Bjs
É verdade! É tão bom voltar à rotina!
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