segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Histórias antes e depois do Hospital


A taxista que me levou para o hospital ia a ouvir alto e bom som discos pedidos de Fado! Um mais triste que o outro. Não ajudou. Abri a janela até às entranhas da porta para ver se as minhas lágrimas voltavam para dentro, mas a dita taxista mandou-me fechar a janela porque estava com não sei o quê nas costas. Fechei a janela, e ela com a maior das latas com o janelão todo aberto.

No hospital, o Francisco voltou a passar por menina. Duas vezes!
Primeiro quando íamos no nosso périplo de cadeira de rodas até ao piso de pediatra, um auxiliar do hospital meteu conversa com o meu filho para ver se ele parava de chorar. Uma das deixas tipo foi qualquer coisa como “Uma menina tão bonita a chorar… blá…blá”. Corrigi-o. À despedida, o senhor voltou a usar “o feminino”. Corrigi-o. Aposto que sem sucesso.

Já no quarto, pedi que nos entregassem uma toalha para dar banho ao Nico. E estava a demorar. Entretanto aparece uma auxiliar à porta do quarto e diz “Já é a segunda vez que aqui venho para entregar uma toalha a um Francisco que vai tomar banho, mas eu aqui só vejo uma menina!”. Corrigi-a.

Assim que aterrámos no quarto do piso da Pediatria duas enfermeiras vieram falar comigo, uma delas disse: “Acho que já nos conhecemos, a sua cara não me é estranha”. Expliquei-lhe que estão sempre a dizer-me isso. E de facto não nos conhecíamos de lado nenhum.

Nas noites que o F. ficou no hospital com o Francisco custou muito sair do S. Francisco Xavier e deixá-los lá (a Benedita ficou com os meus pais durante esta temporada) e depois ir para casa à noite. E não ter ninguém em casa. Silêncio total.

Como o Francisco pegou a tosse à Benedita e apesar da mais nova já estar a tomar antibiótico achámos por bem tirar as dúvidas e levar a Beni às urgências. A nossa filha fez o Raio-X mais fofinho da história! Portou-se muito bem.

No penúltimo dia o Nico já estava a ficar bem-disposto o que equivale a dizer irrequieto. Só queria ouvir música e fartou-se de rir com as nossas macacadas. Pedia- cócegas. Na manhã que saiu do hospital dançou a música “Gangnam Style” em pé na cama, agarrado a dois balões (há foto).

Queríamos que se sentisse em casa… levámos uma catrefada de brinquedos para o hospital. Como não se calava com os balões (no dia que fez anos enchemos a sala de balões), o F. levou também balões vazios para o hospital encheu-os lá. Estava o arraial montado.

As enfermeiras foram/ são super queridas, super atenciosas. A médica das urgências sempre à defesa, a médica de Pediatra tranquila a explicar tudo ao milímetro.

Á saída do hospital tirou uma foto com o Panda (o do canal). Está um Panda de peluche, enorme, tamanho XXL, à entrada dos quartos do piso de pediatria.

O Francisco estava tão contente de estar em casa que arrumou os brinquedos sem ninguém lhe pedir nada.

2 comentários:

Mafaldix disse...

Ainda bem que já estão em casa. E as crianças têm uma enorme capacidade de se adaptarem e de ficarem felizes com uns balões e amor dos pais. Bjs

Raquel disse...

É verdade! É tão bom voltar à rotina!

Sono, onde estás tu?

Sempre tive a sorte de dormir lindamente, assim que me deitava adormecia ferrada e só acordava no dia seguinte. Até que chegou a pandemia......