domingo, 2 de fevereiro de 2014

Fechados em casa é que eles (os filhos) estão seguros...

Um domingo à tarde pacífico, família cá em casa para beber chá e comer bolos... Tudo normal.
O Francisco, a andar no corredor, cai do nada, tropeça em si próprio, cai mal e abre a cabeça.

Pausa.
Lembro-me de perguntar a uma amiga, quando o filho partiu a cabeça, como é que ela sabia?

Foi fácil, o Francisco tinha um buraco enorme na testa, e deitava bastante sangue. Não é mesmo preciso ser licenciado em medicina.

Eu a pôr betadine "lá para dentro", o Francisco a chorar, e eu a mentir-lhe com todos os dentes, a dizer-lhe que já tinha passado, que não era nada... Dizia-o de forma muito credível, corriam-me as lágrimas.

O F. e o padrinho levaram o Francisco para as urgências. Eu fiquei em casa com a Beni e a restante família. A Beni viu o mano a chorar e ficou a chorar também. E esteve o tempo todo a perguntar pelo kiko.

Estava a fazer-me confusão o meu filho estar no hospital, e eu em casa. Pouco depois fui lá ter. Quando entrei no corredor das pequenas cirurgias, a primeira coisa que ouvi foi o Francisco a chorar/ gritar. Fiquei desorientada. De onde é que vinha o som? O corredor tinha tantas portas. Perguntei a uma auxiliar que me indicou a porta. Pedi para perguntar se me deixavam entrar a mãe. Não deixaram, porque a sala já estava com demasiadas pessoas.

E então, enquanto o meu filho era cosido, eu estava no corredor a ouvi-lo chorar e a gritar "eu quero sair daqui". Um momento inesquecível.

Séculos depois saiu. Levou 5 pontos. E estava com um ar de quem tinha acabado de ter sido torturado.

Enfim, depois fomos para casa e lanchamos todos à mesa, como se nada tivesse acontecido.

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Sono, onde estás tu?

Sempre tive a sorte de dormir lindamente, assim que me deitava adormecia ferrada e só acordava no dia seguinte. Até que chegou a pandemia......