Apanhei o jeito para “os negócios”, a observar a minha mãe nas feiras de velharias, o paraíso para quem percebe do assunto, e onde nenhum preço é fixo, (pelo menos para os que tem jeito para dar conversa).
Não me lembro do meu primeiro bom negócio, mas sei que já foram muitos.
Em Itália, no Vaticano, o F. queria comprar um terço para oferecer a avó. Eu tratei de tudo. Optei por comprar aos vendedores ambulantes, e não nas lojas que cercam a praça de S. Pedro.
Não sabia falar italiano, mas isso não foi problema, sabia as palavras e gestos chave, e enquanto o vendedor dizia o preço, e eu dizia que era caro (um clássico), apontei sem querer para um produto qualquer que tinha “na montra”. E de repente estava a comprar um terço mais barato e a ganhar grátis um porta-chaves com a cara do Papa da altura, o João Paulo II. Só me lembro da cara do F. a dizer “para que é que queres o porta-chaves?”. Eu não queria, foi sem querer. Ficámos cheios de vontade de rir com toda a situação.
O melhor sitio para baixar os preços é o Egipto, mesmo quando não estamos interessados! Estava a passear na “Rua Augusta” do Cairo, e um miudinho veio ter comigo para me vender um fio, que eu não gostava e não queria para nada. Agradeci, e disse que não. E ele baixou o preço, e pôs mais fios “na parada”. Esta conversa começou no princípio da rua e acabou quase no fim. Acabei por comprar 12 fios por 1€.
No Egipto comprei sempre tudo por metade do preço que me ofereciam inicialmente. Aqui, houve um negócio que me deu especial prazer, numa loja de esculturas de pedra, que era uma verdadeira perdição. Comecei a negociar com o rapaz da loja, depois já estava a negociar com o colega mais velho e depois disseram que pelos valores que pedia tinham que perguntar ao gerente. "Então chame lá o gerente que eu falo com ele". E o gerente fez-me a vontade. E como sempre levei mais uns extras.
Em Marrocos, quase que não iam na minha conversa, até simulei que me ia embora e tudo, e só assim fizeram um “preço de amigo”.
Na Turquia simulei que me ia embora, e o vendedor ignorou, e tive mesmo que seguir em frente e dar uma volta ao quarteirão. Acabei por voltar porque o que eu queria só havia ali. O meu orgulho de boa negociadora ficou ferido.
O F. também não ajudou muito nas compras neste país, noutra loja foi dizer ao vendedor que era coleccionador de copos de shot. E ainda não estava a acabar a frase já o homem estava a dizer que não baixava o preço do copo que ele queria. Óbvio. E só não ficou mais caro porque já tinha dito quanto custava.
Quando estas viagens terminam e regresso a Portugal fico tão frustrada por não poder negociar o preço nas lojas… depois passa.
Um diário das minhas peripécias com o F., o Francisco, a Benedita, os amigos, a família e os estranhos. Ou como disse uma amiga minha o blog das aventuras da R. Espero que se divirtam a ler... tanto como eu a escrever.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
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