Não me considero uma pessoa esquisita com comida mas se há coisa que não como é pastéis de bacalhau. No colégio era uma saga para contornar este petisco, questão que me obrigou a puxar pela imaginação. Assim quando os meus amiguinhos não queriam repetir a dose, eu punha-me a inventar: atirava pela janela, punha dentro do jarro de água, punha nos bolsos, nas mãos fechadas, ou em última instância saía com os pastéis inteiros dentro da boca.
A Cremilde e a Eugénia devem ter começado a desconfiar da minha rapidez a almoçar e um belo dia fui apanhada. E a partir deste dia quando apareciam na ementa os pastelinhos, eu era revistada da cabeça aos pés. Entretanto cresci e esse problema ficou esquecido no passado.
Muito, muitos anos depois fui passar as férias de Verão a casa do F. com a família toda. Era a primeira vez que estava com tantos tios novos. Durante este período de tempo a avó fez anos, e fizeram um mega jantar lá em casa, para comemorar a data. Tudo à conversa e tal. No meio da confraternização a mãe do F. pergunta-me: “Raquel gosta de pastéis de bacalhau?”. Estava completamente distraída e não pensei na pergunta. Respondi um redondo e descontraído “não”. Ficou tudo a olhar para mim. É que era o jantar, e não havia mais nada para além do arroz e da sopa.
A minha entrada na família do F. foi em grande. Ainda hoje gozam comigo.
Um diário das minhas peripécias com o F., o Francisco, a Benedita, os amigos, a família e os estranhos. Ou como disse uma amiga minha o blog das aventuras da R. Espero que se divirtam a ler... tanto como eu a escrever.
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1 comentário:
Vê lá tu se algum dia me ofereceram bifinhos de cebolada em tua casa...
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